Setecidades Titulo Memória
Transição ferroviária. Madeirão e Cometa mantidos. Chegam os trens de aço. Ainda o Santos a Jundiaí.

Lembrança de uma noite na estação de Paranapiacaba, sob o teto que abrigava do frio nevoeiro do Alto da Serra

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
17/05/2025 | 02:30
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PARANAPIACABA

‘Os trens húngaros’ (Memória, 25 de abril) - O último trem da Santos a Jundiaí saia da estação da Luz sentido Paranapiacaba às 23h15, salvo engano quanto aos minutos.

Eram composições novinhas, de aço, modernas, marca “Bood”, usadas para transporte de massa. O "madeirão" e o Cometa continuavam em operação ligando São Paulo à cidade de Santos.

Alguns passageiros deste último horário, por cansaço ou pelo embalo do trem, acabavam dormindo e passando da estação de desembarque. Aí era um sofrimento. 

Se descesse em outra estação encontrava uma região deserta, sem transporte público, sem lugar para se abrigar. A única escapatória era ir até a estação de Paranapiacaba, descer do trem e ficar nos bancos da estação até às 4h e pouco, salvo engano, quando começavam a circular os trens de passageiros. 

O que me lembro é que o chefe da estação de Paranapiacaba permitia que se ficasse sob o teto da estação imersa em um nevoeiro frio, dormindo em seus bancos ou vendo e ouvindo as manobras das composições de carga.

Só uma vez bastou para aprender a não passar da estação de desembarque. Quando muito cansado, procurava ficar no banco ao lado da cabine do maquinista. Avisava os companheiros de viagem e, quando possível, o próprio maquinista que eu ia descer na estação de Santo André.

João Fernando Flaquer Musa - Mairiporã, SP

Crédito da foto 1 – Acervo: Câmera Clube de Santo André

‘NOVO RUMO’. Criação de Emílio Schoesp, de Santo André: integrante do catálogo do 1º Salão Internacional de Arte Fotográfica do Câmera Clube de Santo André, abril de 1953

NAS ONDAS DO RÁDIO

Guilherme de Brito.

Hoje pra você eu sou espinho.

Espinho não machuca a flor.

Texto: Milton Parron

“Tire o seu sorriso do caminho/ que eu quero passar com a minha dor”.  

Expressões singelas como essa que está inserida na música “A Flor e o Espinho”, foram criadas por Guilherme de Brito para enfeitar muitas outras músicas que ele fez, boa parte delas em parceria com Nelson Cavaquinho.  

Nascido em janeiro de 1922 no bairro carioca de Vila Isabel, Guilherme de Brito lá mesmo faleceu em abril de 2006 deixando uma quantidade imensa de músicas que já foram regravadas por diversos cantores, entre elas, incluindo a já citada “A Flor e o Espinho”, “Folhas Secas”, “Pranto de Poeta”, “O Bem e o Mal”, “Quando eu me Chamar Saudade” e por aí afora.  

No programa Memória deste final de semana, o próprio Guilherme contará sua história de vida, exemplar, diga-se. 

Começou a trabalhar aos 12 anos de idade como office boy na Casa Edison onde se aposentou como chefe de seção após 60 anos de trabalho.  

Claro, suas músicas ilustrarão o depoimento concedido ao programa.

Memória - Produção e apresentação: Milton Parron. Rádio Bandeirantes em 86.3 e 90.9. Amanhã, às 7h; sexta-feira, às 23h. Disponível nas principais plataformas digitais, no Spotify e no Apple Podcast.

DIÁRIO HÁ MEIO SÉCULO

Sábado, 17 de maio de 1975 – Edição 2749

MANCHETE – Alimentos vão ter custos elaborados pela nova Sunab (Superintendência Nacional do Abastecimento).

NOTA – A Sunab foi extinta em 1997 e suas funções transferidas para o Ministério da Fazenda.

CULTURA – Classe teatral apoiava autor contra censura.

EM 17 DE MAIO DE...

1905 – Anúncio: a orquestra do Progredior aceitava serviços coo bailes e banquetes. Repertório escolhido e variadíssimo. Preços razoáveis. Para tratar à Rua São Bento, casa Bevilacqua, com Elyseu Lellis.

O governo do Peru anunciava a fundação do Museu Histórico Nacional.

1955 – Fichet & Schwartz-Hautmont lançava 100.000 ações preferenciais de participação integral. Era sua primeira oferta de ações ao público.

A indústria teve fábrica na Avenida Industrial, em Santo André. Foi considerada a maior produtora de estruturas e esquadrias do Brasil.

Discutia-se um nome para a futura capital da República. Intelectuais e historiadores apoiavam o nome “Vera Cruz”. Venceria “Brasília”.

Crédito da foto 2 – Coleção: Rene Schoeps; acervo: Museu Octaviano Gaiarsa

NOTÍCIA. Uma enchente na Fichet na segunda metade da década de 1920: drama industrial no Vale do Tamanduateí

HOJE

Dia Mundial da Reciclagem

Dia Mundial das Telecomunicações e da Sociedade da Informação

Dia Mundial da Internet, criado em 2015

Dia Nacional de Combate à Homofobia.

Santa Julia Salzano 

17 de maio

(Itália, 1846-1929). Fundadora, em 1905, da Congregação das Irmãs Catequistas do Sagrado Coração de Jesus.

Fonte: Irmãs Catequistas




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