Gipem, Dra. Gisela, Wanderley dos Santos são caminhos para a redenção memorialística da velha estação
A encenação da Paixão de Cristo já é tradição em Rio Grande da Serra, pela Companhia Teatral “Celebra a Vitória”, desta talentosa Gerú Madeira. E a publicação das várias apresentações, pela Memória, vai-se tornando tradição também.
A deste ano foi a 25ª encenação
Há 30 anos, frases como “a cidade mais esquecida” e “é preciso sair do anonimato” dominavam o projeto de moradores como João Castelucci, 71 anos, nascido em Rio Grande quando o lugar era chamado de Estação Rio Grande.
Claudia Fernandes, do Diário, escrevia:
O que os moradores antigos sentem é que a cidade perdeu sua personalidade e virou uma grande miscelânea de culturas.
Para tentar resolver o problema e conseguir ser enxergada nos grandes centros da região, os antigos de Rio Grande estão em busca de uma nova cultura para o Município.
Para isso, as oito famílias mais tradicionais (cerca de 200 moradores) que moram lá estão programando uma reunião em 15 dias.
“Precisamos unir a cultura tradicional com as migrações dos últimos anos. É uma aculturação da cidade”, afirmava a historiadora Gisela Leonor Saar no já distante 1995 – e o Diário registrou.
CORREM OS ANOS
Dra. Gisela lutou até o fim. Foi o grande alicerce dos dois Congressos de História realizados em Rio Grande da Serra. Formou um acervo histórico em casa, consultado por tantos, em especial por estudantes – que muitas vezes nem voltaram para agradecer.
Projetos aconteceram, não prosperaram. E a cada nova administração, renovam-se as esperanças.
Hoje Rio Grande tem à frente um sobrinho da Dra. Gisela, o prefeito Akira Auriani. Os memorialistas do Grande ABC têm esperança de que o próximo encontro regional seja em Rio Grande.
No encontro de Ribeirão Pires, mês passado, aguardava-se pela presença de um representante oficial de Rio Grande, no caso o secretário adjunto de Turismo, Cristopher Ferraz de Araujo. Muito ocupado, o secretário não compareceu. Enviou um recado por escrito abrindo a possibilidade de um encontro de memorialistas acontecer em Rio Grande da Serra.
CAMINHOS
Memória recebeu, semana passada, um e-mail do memorialista Sérgio Cassimiro informando que o Sr. Klaus Saar, irmão da saudosa Dra. Gisela, e Arnold Auriani, sobrinho do Klaus e pai do prefeito Akira, ficaram com o acervo da Dra. Gisela “e ainda lembram muitas coisas da antiga Rio Grande”.
Muito bom. Mas é preciso unir esforços. Retomar o projeto de 1995 divulgado pelo Diário. Criar, ao menos, uma sala destinada à Memória de Rio Grande da Serra. São vários os caminhos a serem percorridos:
1 - Os ensinamentos deixados pelos Congressos de 2002 e 2017 organizados em Rio Grande da Serra pelo Gipem (Grupo Independente de Pesquisadores da Memória do Grande ABC) precisam sair do papel.
2 - Antes deles, o mesmo Gipem realizou, em 1989, na Câmara Municipal de Rio Grande da Serra, o III Ciclo de Palestras sobre os 100 anos do ABC. Foram quatro noites. “Memória” acompanhou, gravou, reproduziu e datilografou o que foi falado. Construiu memória.
3 – O também saudoso historiador Wanderley dos Santos nos confiou um livro inédito, manuscrito, sobre a história de Rio Grande da Serra.
Senhores de Rio Grande: vocês têm por onde começar. É só arregaçar mangas, se unir e trabalhar. Ou será que também o governo Akira Auriani vai passar em branco neste tão importante segmento da vida de uma cidade, o estudo e a difusão da história, da memória?
EM TEMPO – Não ignorem o importante trabalho de construção da memória de Rio Grande da Serra que vem sendo desenvolvido há anos pelo jornalista Roberto Rodrigues, filho da cidade.
Crédito das fotos 1, 2 e 3 – Divulgação: Samira Rosa Madeira
A PAIXÃO, 2025
1 – Samuel Sena no papel de Jesus; Ronaldo Barbosa e Rafael Lopes, os soldados
2 – Os atores: Ronaldo, Samuel, Reginaldo Reis e Eduardo
3 – Cristina Lopes interpreta Maria de Nazaré e Samuel Sena no papel de Jesus descendo da cruz no altar-mor da Matriz São Sebastião
DIÁRIO HÁ 30 ANOS
Quarta-feira, 3 de maio de 1995 – Edição 9003
MANCHETE - Governo vencia primeira batalha pela reforma.
Fim do monopólio de empresas estaduais na distribuição de gás era aprovado com votos inclusive dos partidos de esquerda.
HISTÓRIA – Horror da II Guerra Mundial completava 50 anos e o Diário iniciava uma série narrando os acontecimentos que enlutaram o mundo.
TEATRO – Estreava no Municipal de Santo André “Porca Miséria”, de Marcos Caruso e Jandira Martins, direção de Gianni Ratto. No elenco: o próprio Marcos Caruso, Renato Consorte, Eliana Rocha e Wilma de Aguiar.
ADEUS – Celebrada na Matriz de Mauá a missa de sétimo dia de Rubens Pedro, de uma das mais antigas famílias da cidade.
EM 4 DE MAIO DE...
1905 – Do correspondente do Estadão em São Bernardo: em 22 de abril (de 1905) Eugênio Rocca casava-se com Albina Cattaruzzi na Matriz de São Bernardo.
Padrinho da noiva: Joaquim Soares, gerente da fábrica de tecidos da firma Silva, Seabra & Companhia, a Ipiranguinha.
Padrinho do noivo: Saladino Cardoso Franco, futuro prefeito.
Foi servida ceia na casa dos pais do noivo
1955 – Novela política em Santo André. Bruno Daniel, presidente da Câmara, voltava a ser prefeito. Tribunal Regional Eleitoral impugnava a eleição indireta de Luiz Boschetti (prefeito) e Afonso Maria Zanei (vice-prefeito), que impetrariam recurso.
Inaugurada a agência telegráfica da The Western Company Limited, à Rua Coronel Oliveira Lima, 83, em Santo André.
Record televisionava Palmeiras 1 (gol de Rodrigues), São Paulo 0, diretamente do Pacaembu. Brilhava a Portuguesa de Esportes ao golear o Santos por 5 a 1.
MUNICÍPIOS BRASILEIROS
Hoje é o aniversário de Belterra (PA), Estância (SE), General Câmara e Glorinha (RS), Inocência (MS) e Jaboatão dos Guararapes (PE), cujo slogan é “Berço da Pátria”.
HOJE
Dia Internacional das Crianças Vítimas de Agressão
Dia Internacional do Bombeiro
Dia do Engenheiro de Estruturas.
3º Domingo da Páscoa
4 de maio
“Tomou o pão e deu para eles, e também o peixe”.
João 21.1-19.
Ilustração: Ícone copta, in Wikipédia
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