Histórias repetidas em conversas e espalhadas nas redes sociais são desvendadas; maioria não passa de lendas urbanas
Cresce a cada dia o número veículos movidos a energia elétrica nas ruas. No último ano foram vendidas 177.358 unidades e neste ano 70.471 já deixaram as concessionárias, segundo a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico). Na mesma proporção que a frota se expande, também aumenta a quantidade de boatos sobre a eletromobilidade. Histórias que nem sempre coincidem com a realidade, mas que se espalham pelas rodas de conversa e, principalmente, nos grupos de WhatsApp.
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Diante disso, a equipe do Diário separou algumas dessas ‘informações’ e submeteu a Fabio Delatore, professor das áreas de sistemas de controle e de eletrônica automotiva do Instituto Mauá de Tecnologia.
A temerária junção entre eletricidade e água dá o tom de duas das principais ‘lendas urbanas’. A primeira é que não é recomendado andar com carro elétrico na chuva e a segunda, que entrar em uma enchente pode ser fatal. O maior inconveniente dos dias chuvosos é sujar o carro, pois, segundo o professor, os veículos obedecem à norma IP67, uma certificação que indica o grau de proteção de um dispositivo contra poeira e água. O ‘6’ significa proteção completa contra a entrada de poeira, enquanto o ‘7’ mostra que o carro é resistente a submersão em até um metro de profundidade, por até 30 minutos.
Com relação à enchente, Delatore lembra que existe até um modelo chinês, o BYD Yangwang U8, que é anfíbio, ou seja, se comporta como um barco. Entretanto, se possível, é melhor evitar as áreas alagadas, conselho que vale também para quem dirige modelos movidos a combustão.
Outro caso bastante difundido é o de um suposto acidente em que um ambulante teria tomado um choque, sendo arremessado longe ao tentar colocar um pacote de balas no retrovisor de um elétrico. “O carro elétrico não dá choque. Todo o sistema de alta voltagem é isolado da carroceria e existe equipamento que monitora de forma ativa qualquer falha de isolamento, desligando o fornecimento de energia do pack de baterias”, afirma o professor.
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A história de que um mecânico teria morrido ao fazer um reparo simples em um carro também não é comprovada, mas Delatore orienta a não mexer no veículo sem ter conhecimento. “Da mesma forma que uma pessoa que não conhece absolutamente nada sobre instalações elétricas residenciais querer efetuar uma troca de algum componente do quadro de distribuição ou até mesmo, instalar um novo circuito. existem regras, normas, ferramentas, EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) específicos para fazer isso com segurança. o não respeitar, certamente poderá ser fatal”, alerta.
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