Ministro cobrou governador por cortar repasse para instituição que apoia crianças com câncer
O ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), abriu artilharia contra o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e criticou o corte de repasses à Casa Hope, organização não governamental que oferece apoio a crianças com câncer. “Decisão desastrosa”, afirmou.
A secretaria estadual da Saúde suspendeu no último dia 25 repasses, via convênio, de R$ 1,4 milhão mensais à instituição que acolhe 300 famílias com crianças e adolescentes acometidas por câncer. O corte de recursos afeta as finanças e os atendimentos podem ser cortados pela metade.
Em vídeo, nas redes sociais ao lado do colega Alexandre Padilha (PT), titular a Saúde, França provocou Tarcísio. “Talvez o governador não saiba (a importância da Casa Hope), porque, enfim, não convive muito com São Paulo”, disse.
França tem elevado o tom e ‘apertado’ o republicano desde setembro do ano passado, quando sinalizou ao Diário a intenção de entrar na disputa eleitoral pelo Palácio dos Bandeirantes. Na ocasião, em ato de campanha de reeleição do prefeito Marcelo Oliveira (PT), em Mauá, o ministro já demonstrava desejo pelo embate. “Tenho a impressão que devemos ter uma posição aguerrida. O governador (Tarcísio) é de respeito, mas ele nunca foi apertado de verdade. Quem me conhece sabe como eu funciono no debate”, destacou.
Após o corte de recursos à ONG por parte do Estado, Padilha garantiu recursos para custeio da entidade sem anunciar valores e quando depósitos seriam realizados, e abriu espaço para França provocar. “Resolvemos em 48h. Espero que o governador não tire o restante do convênio”, pontuou o pessebista.
Em resposta, a gestão Tarcísio voltou atrás e garantiu a manutenção do recurso à Casa Hope.
Apesar das provocações, França ainda não tem garantia de que será o candidato apoiado por Lula em São Paulo.
Luiz Marinho (PT), ministro do Trabalho e Emprego, defendeu em fala exclusiva ao Diário o posicionamento de França de se colocar como candidato, mas fez ponderação com relação a intenção do colega. “O França representa o nosso campo (político da esquerda), que não terá duas candidaturas em São Paulo. Temos outras lideranças e o (Fernando) Haddad (ministro da Fazenda e filiado ao PT)”, disse.
O martelo, no entanto, será batido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem como os preferidos para a disputa Fernando Haddad e Padilha.
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