Das 16 unidades interessadas na região, apenas duas foram selecionadas
Santo André é o único município do Grande ABC contemplado pelo Programa das Escolas Cívico-Militares, implementado pela lei complementar de número 1.398 em maio de 2024. Duas unidades da cidade, e outras 98 no Estado, vão aderir ao modelo, conforme divulgou na segunda-feira (28) o Governo de São Paulo.
Outras 14 instituições da região, em São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá e Ribeirão Pires, demonstraram interesse na adesão do modelo, porém não foram aprovadas pela comunidade escolar ou não atingirem o número de votos necessários durante as consultas públicas realizadas no mês passado.
As unidades E.E (Escola Estadual) Professor Adamastor de Carvalho e a E.E Professor Ovídio Pires de Campos, ambas do sistema integral, irão se tornar cívico-militares no segundo semestre deste ano. Um dos objetivos do programa é elevar a qualidade de ensino medida pelo Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).
Na última edição, em 2023, a escola Professor Adamastor de Carvalho teve as notas 5,6 nos anos finais (6º ao 9º do ensino fundamental) e 5,2 no ensino médio. Já a unidade E.E Professor Ovídio Pires de Campos, registrou 4,7 nos anos finais – a nota de 2023 na categoria ensino médio não foi divulgada.
Pais e responsáveis ouvidos pelo Diário aprovam a mudança para o modelo cívico-militar. Eles acreditam que a adesão ao programa deve melhorar a disciplina dos estudantes e diminuir a violência no ambiente escolar.
“Os jovens estão sem respeito algum pelos professores. Acredito que até a convivência entre eles vai melhorar, essa escola tem histórico de brigas”, disse a aposentada Vanilze Moscon, 65 anos, avó de Raissa Ferreira Condes, 18, estudante do terceiro ano do ensino médio da E.E. Professor Adamastor de Carvalho, na Vila Metalúrgica.
O jovem Gabriel Cavalcante, 17, aluno da E.E Professor Ovídio Pires de Campos, criticou o início do modelo no segundo semestre. “Não vou ter tempo de conhecer direito o sistema, pois me formo no fim do ano. Não tenho uma opinião formada ainda, mas os professores precisam ser respeitados e as salas de aula são uma bagunça”, destacou.
Contrários ao programa, integrantes da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) realizaram atos nos últimos meses para tentar diminuir a adesão das escolas. Eles alegam que o modelo cívico-militar irá militarizar a educação e poderá contribuir para a doutrinação ideológica e a geração de um ambiente escolar mais repressivo. (Colaborou Fábio Junior)
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