Embora o país ainda não tenha enfrentado um surto grave da doença em 2025, o risco continua presente
A gripe aviária voltou ao centro das preocupações no agronegócio brasileiro. Embora o país ainda não tenha enfrentado um surto grave da doença em 2025, o risco continua presente, principalmente pela proximidade com países que registraram novos casos e pela rota de aves migratórias que cruzam o território nacional.
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A mais recente suspeita em uma granja comercial de Aguiarnópolis, no Tocantins, foi oficialmente descartada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Com isso, o Brasil mantém apenas uma investigação ativa em instalação comercial, localizada em Anta Gorda (RS). Ao todo, sete apurações seguem em andamento, mas a maioria envolve aves silvestres.
O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango e qualquer ocorrência em larga escala de gripe aviária pode resultar em restrições comerciais, perdas econômicas e impacto direto no preço dos alimentos. Um exemplo foi o caso confirmado em 2023, em uma granja de Montenegro (RS), que acendeu o sinal vermelho no setor.
Desde então, os protocolos de biossegurança foram reforçados em todo o país. Técnicos do Mapa monitoram constantemente granjas, aves silvestres e migratórias, enquanto produtores rurais são orientados a comunicar qualquer comportamento anormal nos plantéis.
As principais ameaças vêm do ar. Literalmente. Aves migratórias continuam sendo um dos maiores vetores da gripe aviária no mundo. Elas percorrem milhares de quilômetros entre continentes, carregando o vírus sem apresentar sintomas — e podem infectar aves locais ao compartilhar habitats.
No Brasil, biólogos e veterinários mantêm vigilância em áreas de pouso dessas espécies, como regiões litorâneas e zonas úmidas no interior. O trabalho é essencial para detectar o vírus antes que ele entre no circuito comercial.
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Apesar de os casos confirmados em granjas serem pontuais e isolados, o alerta segue máximo. Segundo o Mapa, o país mantém capacidade de resposta rápida, o que tem evitado maiores consequências até o momento. Especialistas afirmam que a eficiência no controle da doença depende da colaboração entre governo, produtores e sociedade civil.
“O Brasil tem uma estrutura de defesa sanitária forte, mas não pode baixar a guarda. O vírus é imprevisível e a qualquer momento pode reaparecer em um novo foco”, diz um técnico da área, sob anonimato.
Para seguir competitivo no cenário global, o agronegócio brasileiro precisa continuar investindo em tecnologia, monitoramento e transparência. A gripe aviária, apesar de contida, ainda representa um risco real. Mas com resposta ágil, o Brasil tem mostrado que está preparado para enfrentar a ameaça — e preservar um dos setores mais fortes da sua economia.
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