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Santo André vira referência em doação de leite materno

Serviço no Hospital da Mulher atenderá também São Caetano, Mauá, Ribeirão e Rio Grande, além de algumas regiões da Zona Leste de São Paulo

Mariana Gutierrez
22/05/2025 | 21:16
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FOTO: André Henriques/DGABC


Nesta semana, em razão do Dia Mundial de Doação de Leite Humano (19), o Hospital da Mulher, em Santo André, passou por uma revitalização e a usar um novo veículo para realizar o serviço de coleta domiciliar, por meio de um investimento de R$ 200 mil. Mães que utilizam o serviço compartilharam experiências sobre a doação de leite materno e demonstraram a união feminina em prol dos bebês.

Valéria Pinheiro, 24 anos, bailarina, contou que teve seu filho, Victor Fernandes — atualmente com 1 mês de vida — no Hospital da Mulher, em Santo André. O bebê, que nasceu prematuro, não pôde ser amamentado nos primeiros dias após o nascimento, no dia 9 de abril, e, por isso, precisou receber leite doado por outras mães que realizam esse ato fraterno no hospital.

“Eu me senti muito abalada. Meu filho está na UTI, meu leite demorou a descer, mas isso não me torna menos mãe. Mesmo sem ter leite, outras mães me ajudaram em um momento muito difícil. Eu gostaria de ajudar também, mas, como fiz uma tatuagem recentemente, meu leite não pode ser utilizado para alimentar outro bebê”, comentou.

O pequeno Victor se tornou andreense por acaso. O circo em que Valéria vive e trabalha estava em temporada na cidade, e o parto precisou ser antecipado.

“Eu tive ele no circo. Chamaram o Samu, e viemos para cá, para este hospital maravilhoso. Agora ele é andreense, já está registrado”, relatou.

Ela contou ainda que, mesmo hoje tendo leite para amamentar o filho, continua utilizando o espaço do hospital para fazer a ordenha, já que o bebê ainda está internado e precisa ser alimentado em horários específicos.

Laura Cristina Blanc, 36 anos, dona de casa, foi doadora de leite após o nascimento dos dois primeiros filhos, devido ao grande volume que produzia. Hoje, após o nascimento de Emilly Sophie, ela se encontra do outro lado da história.

“Eu via o sofrimento de algumas mães e doava. Hoje sou eu quem está recebendo ajuda. Meu seio machucou e não consigo amamentar. Outras mães me ajudaram nesses primeiros dias. Fico muito feliz. As mulheres precisam ser unidas, temos que nos ajudar”, afirmou Laura.

Ela também enfatizou que muitas mulheres têm vergonha de doar leite. “Não tenham! Você está ajudando uma criança. Amanhã pode ser o seu filho, todas nós podemos passar por isso.”

O processo de doação é simples. Após a retirada, o leite passa pelas etapas de pasteurização e controle de qualidade, além de ser armazenado adequadamente

A capacidade de armazenamento do banco de leite é de 100 litros por mês,um pote de 200 ml de leite pode alimentar até 11 bebês prematuros A unidade também é referência para as cidades de Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, São Caetano e bairros da Zona Leste de São Paulo que fazem divisa com Santo André. Em média, são doados 65 litros de leite por mês.

Para manter os estoques abastecidos, são promovidas campanhas permanentes de incentivo à doação voluntária e à doação de potes de vidro com tampa de plástico (como os de café solúvel ou maionese), essenciais para o armazenamento do leite doado.

O cadastro de doadoras de leite e de doadores de potes agora pode ser feito também via WhatsApp, pelo número (11) 4433-0123.




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