Economia Titulo Lideranças
Fim da escala 6 por 1 pauta ato sindical em São Bernardo

Ministro Luiz Marinho endossa apoio, mas diz ser preciso serenidade e que o tablado das discussões é no Congresso

Wilson Guardia
02/05/2025 | 10:14
Compartilhar notícia
FOTO: Adonis Guerra/SMABC


No ato que marcou o Dia do Trabalhador, na última quinta-feira (1°), em São Bernardo, liderança políticas e sindicais endossaram coro pelo fim da jornada 6 por 1 (seis dias de trabalho contra um de folga) e também a abertura de um novo ciclo na relação entre os sindicatos e a classe trabalhadora, que teria se perdido ao longo dos anos e contribuído para a perda de direitos.

Moisés Selerges, presidente do Sindicatos dos Metalúrgicos do ABC, afirmou que este é o momento de “reaproximação e retomada das relações com a base, a classe trabalhadora, dentro e fora das empresas”. Ainda segundo o sindicalista, a “economia já está preparada para colocar fim na escala 6 por 1”, pontuou.

O ministro do Trabalho e Emprego e deputado federal licenciado, Luiz Marinho (PT) endossou apoio à proposta de redução de jornada para cinco dias trabalhados com dois de folga, mas pediu que o assunto seja tratado por diversas mãos, entre elas as dos sindicatos patronais e dos trabalhadores. “Eu sempre peço para que se trabalhem as relações entre o capital e o trabalho”.

Logo após deixar o palco montado por 23 sindicatos para atos políticos e shows, Marinho afirmou ser “fundamental pensar na redução da jornada de trabalho para melhor a distribuição de renda”, mas alertou que o campo de discussão não no ministério. “O tablado adequado de discussões é o Congresso Nacional”, pontuou.

O ex-prefeito de São Bernardo, alçado do primeiro escalão do governo a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse ainda que a pauta além de ser costurada por diversas frentes requer “maturidade e serenidade nas discussões para reduzir jornadas sem reduzir os salários e melhorar os ambientes de trabalho”, disse Marinho.

No palco, para um público estimado pela organização de 70 mil pessoas, em grande parte de jovens que estavam lá para acompanhar os shows da noite, como Pixote, MC Hariel, Belo e Tiee, Marinho fez discurso dirigido. “A juventude que quiser se qualificar, se formar em educação digital, o Ministério tem um programa. Quem se inscrever pelo site ganha um pacote Office (programas para uso em computadores) para poder navegar na competência digital e inteligência artificial e, desta forma, ajudamos na geração de emprego e renda”, disse Marinho.

O ministro lembrou ainda que a retomada do emprego, apesar de ter avançado a passos largos nos últimos três anos, deve ter um ganho no segundo semestre com a previsão de estabilidade econômica, dentro de um cenário de redução dos juros e inflação controlados.

DIA DE TRABALHO

Se para muitos a última quinta-feira (1°) foi um dia de festa, para Renato Ferreira, morador de Barueri, cidade da Grande São Paulo, foi um dia de muito trabalho. O vendedor de churrasquinho que chegou ao Paço de São Bernardo ao meio-dia contou que até por volta das 21h havia vendido mais de 500 espetinhos, além de bebidas e mandou um recado para quem reclama da dificuldade em conseguir um emprego. “Não é difícil para quem quer trabalhar. É preciso começar, ter força de vontade e suar a camisa. Vivo disso há 23 anos e tenho minha casa, meu carro. Rodo todo o Estado”, disse.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;