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Carpinteiro de Nazaré
Bispo Dom Pedro Cipollini
01/05/2025 | 09:40
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Fernandes


 Na época de Jesus, o trabalho braçal era comparado com o trabalho intelectual e este último era tido como superior. O escriba, que estudava a Lei de Deus e a ensinava, era um homem superior. Já o trabalhador braçal, o operário, carpinteiro, era tido como inferior. Isto porque havia a ideia de que, quem trabalha manualmente, mesmo se for para ganhar o pão, não tem tempo para estudar a Lei, as Escrituras. 

É por isso que os moradores de Nazaré se admiraram quando Jesus, na Sinagoga local, com sabedoria e inteligência explicou um trecho bíblico das profecias de Isaías. Admirados e um tanto escandalizados, perguntam: mas donde lhe vem esta sabedoria? Não é ele o filho do carpinteiro? Ele não estudou, somente trabalhou ajudando seu pai, e como pode ter esta sabedoria toda?

A sabedoria de Jesus é sabedoria divina, brota de seu conhecimento de Deus, sua ligação com Ele. Jesus sabe que Deus se revela aos pequenos e humildes e rejeita os orgulhosos e soberbos, especialmente os que são convencidos de saberem mais que os outros, e desprezam os pobres e simples. Podem ter conhecimento e não terem sabedoria.

Jesus é o carpinteiro de Nazaré, seu pai José um carpinteiro, como era de costume, ensinava a profissão ao filho. Hoje, primeiro de maio é dia de São José Operário. Comemorado pela Igreja Católica como exemplo de homem de Deus, trabalhador braçal, sábio das coisas de Deus.

A verdadeira dignidade da pessoa consiste na descoberta da fraternidade como serviço aos outros, na abertura para incluir a todos no amor e amizade. 

O trabalhador é o gerador, o combustível humano que impulsiona a sociedade. Que venha a tecnologia, mas não se vá o trabalhador, porque se um dia a máquina substituir o ser humano, a própria máquina parará pela simples falta de quem a ligue na tomada. Se um dia a máquina substituir o trabalhador, quem vai consumir a produção da máquina? Não precisamos somente de máquinas, precisamos muito mais de humanidade, de seres humanos. 

É a força do trabalho que movimenta, acelera e engrandece uma nação, por isso o trabalhador precisa ser valorizado. Em Jesus, carpinteiro de Nazaré, Deus já valorizou o trabalho e o trabalhador. Cabe agora a nós fazermos o mesmo. 

O homem é o único animal que precisa trabalhar. O trabalho afasta três grandes males: o tédio, o vício e a necessidade.




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