Inverno 2013

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Raquel de Medeiros

Fause Haten usou paetês para adornar a maioria dos vestidos da coleção de inverno Foto: Andrea Iseki

 A última edição da São Paulo Fashion Week foi realizada com adiantamento e sem muitas invenções desta vez. Tudo parecia já ter sido visto em temporadas anteriores. Entre as principais tendências que devem continuar brilhando, literalmente, nas produções de inverno, estão pedrarias e paetês bordados nas mais diversas peças.

O lado positivo da falta de novidades é que dá para aproveitar o que já se tem no guarda-roupa. A dica é da consultora de moda Glória Kalil, que afirma ser inteiramente a favor de que se repitam as roupas de outras estações. “Ainda mais as básicas, que quebram galho. Uma boa bolsa marrom ou preta e uma bota, por exemplo, ficam 20 anos com você.” Além disso, ter peça de renda no armário pode ser bastante útil para qualquer mulher. “Tudo o que for de renda continua. Os bordados e paetês não saem de moda há tempos e todo mundo tem alguma peça transparente no guarda-roupa.”
 
As transparências para vestidos de noite – vistas à exaustão em festas como a entrega do Oscar e as dezenas de pré-estreias de filmes por atrizes como Sharon Stone, Jéssica Biel, Kristen Stewart e Madonna – apareceram em peso nas coleções para a próxima temporada de inverno. Samuel Cirnansck aproveitou a inspiração no Egito e, principalmente, na rainha Nefertiti para criar peças exuberantes, com fendas, transparências ousadas, além de bordados carregados na parte de cima do tronco. “Acredito que qualquer mulher pode usar transparências. Claro que devem ser utilizadas em áreas onde se quer evidência. Colo e costas cobertos somente com renda ficam bem em qualquer tipo de corpo”, sinaliza o estilista. Mesma observação levou Fause Haten a idealizar vestidos que tiveram como base as patinadoras de gelo. Todos adornados por tutus, tules, plumas, paetês e pompons cobrindo apenas seios e quadris. 
 
Nas peças de Glória Coelho, vestidos flutuantes propuseram interessante jogo de esconde-aparece, tapando apenas o necessário e deixando expostas outras partes do corpo. Couro também não é algo novo e ganhou bastante destaque na maioria das coleções em calças, saias, jaquetas e até blusas de manga comprida. O estilista Reinaldo Lourenço aproveitou o material para trazer à passarela verdadeiras obras de arte. 
 
As estampas chamaram atenção da consultora de moda Erika Palomino. Viu-se espelhadas, geométricas, xadrezes e até florais. “Apareceram muitas flores, que geralmente são tema mais para o verão.” Para a especialista, a Osklen trouxe roupas bem típicas para a estação: “Foi uma coleção bem invernal, com muita pele”, disse Palomino. Melhor ainda se forem fakes.
 
Inspiração militar apareceu em bolsos e ombros marcados. Além disso, houve mais barriga de fora, coletes e pregas em saias, mangas e barras. Para quem gosta de conforto e tem preguiça de pensar no look, os conjuntos continuam em alta. Calças e saias surgiram para todos os gostos. “Houve muita variedade de saias: micro, midi, até o joelho, abaixo dele e longa. O mais importante é saber o que combina com o seu estilo. A moda está muito mais democrática. Há ofertas para todas”, conclui Glória Kalil.

COURO E PELE
Os materiais foram excessivamente usados e continuam fortes para o inverno. O estilista Tufi Duek apresentou corseletes feitos de couro. João Pimenta usou material até mesmo em peças de alfaiataria. E a Uma, de Raquel Davidowicz, produziu pesadas blusas de manga comprida. Já a Osklen trouxe peles de animais em casacos e coletes. 
 
COMPRIMENTOS
Como já disse a consultora Glória Kalil, este é o inverno da democracia de comprimentos. Há calças justas, largas, pregueadas, além de saias mini, até os joelhos, abaixo deles ou longas. As opções são infinitas. Além disso, Alexandre Herchcovitch, Triton e Vitorino Campos decidiram valorizar as garotas de abdômens definidos com calças de cintura alta e tops que deixam parte da barriga à mostra.

Samuel Cirnansck criou belíssimos vestidos para noite com muita renda e bordado Foto: Andrea Iseki
RECORTES
As pregas aparecem em saias e vestidos feitos de tecidos como veludo e couro. Colcci e Triton apostam na tendência. Tanto essas duas marcas quanto a Ellus também se inspiraram no militarismo para criar peças de inverno recheadas de detalhes nos ombros, recortes nos bolsos e botões. E Alexandre Herchcovitch abusou das formas em peças com silhuetas marcadas e volumes.
 
RENDAS E TRANSPARÊNCIAS
O estilista Samuel Cirnansck usou a tendência como base da coleção, nos belíssimos vestidos desenhados para a noite. Mas as transparências estiveram presentes também em peças para o dia, como os vestidos criados por Glória Coelho, e até em camisas masculinas, como as de Lino Villaventura. Reinaldo Lourenço usou as rendas lindamente para compor a coleção com os modelos de inverno da marca.

ESTAMPAS E CORES
As estampas surgiram espelhadas, em formas geométricas, no sempre invernal xadrez, além de inusitados florais, que geralmente são temas para o verão. A marca Maria Garcia, de Clô Orozco, retorna depois de dois anos às passarelas com peças floridas e cores fortes como o vermelho, que inclusive estará em alta no inverno. O branco apareceu bastante também, além do tradicional preto.
 
COLETES E CONJUNTOS
Os coletes surgiram à exaustão nos desfiles da São Paulo Fashion Week. Com certeza é uma peça forte para os dias mais frios do próximo ano. E haverá para todos os gostos, em variados modelos e texturas. A Têca trouxe colete de couro de vaca. A Maria Garcia não apresentou colete


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