Viva a democracia!

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Leticia de Castro Strazzi<br>Especial para a Dia-a-Dia

Foto: Leticia de Castro Strazzi
Colar imitando réptil: coleção de Anna Dello Russo abusa dos acessórios

Fundada em 1947, na Suécia, a H&M Hennes & Mauritz possui 2.500 lojas espalhadas por 44 países. Esses números, por si sós, já traduzem a importância deste colosso no mundo da moda. Mas a empresa quer ir além. A receita do sucesso reside no pioneirismo da companhia, que soube colher como nenhuma outra os desejos de um mercado sedento por moda com design a preços acessíveis. Isso caracteriza o lado democrático da H&M, que lançou coleção, no fim de setembro, com opções para toda a família, desde crianças e teens até modelitos para homens e mulheres de meia-idade.
Não bastassem os preços pra lá de competitivos, a empresa zela pela qualidade do design, cativando também fashionistas de alto poder aquisitivo que adoram praticar o high/low da moda e não se importam em mixar H&M com grifes caras.
A filosofia democrática unida ao design e ao marketing 360° (web, TV, revistas, jornais e eventos) fazem da marca um fenômeno mundial, que agrada e estende seus tentáculos não só a todas as faixas etárias como também a todas as classes sociais.
Além de testimonials famosos que espelham o mood do momento e representam a marca em uma determinada coleção a cada estação (a atual é a cantora norte-americana Lana Del Rey), a marca criou também pequenas coleções, as chamadas capsule collection (exclusivas e com edição limitada), assinadas por designers famosos de grifes caras.
Nesse sentido, a H&M conta com parcerias do calibre de Versace, Karl Lagerfeld e Lanvin. Não à toa, nos países que propõem a venda on-line de peças da coleção limitada (quando acaba, acaba mesmo!), o site muitas vezes sai do ar, tamanho o tráfego de acessos.
No mundo fashion, esses itens são considerados de colecionador, e nunca são encontradas em todas as lojas. No site www.hm.com são apresentadas listas das principais cidades no mundo onde são vendidas as tão almejadas peças.
As filas são quilométricas: entram as primeiras 280 pessoas. Todos têm tempo limitado a 10 minutos para estar dentro da loja e não podem pegar nenhum item repetido. As trocas podem ser feitas apenas até dois dias após a compra.
Resumindo, é como se as peças fossem rock stars dos anos 1960. Apesar de não haver unidades da H&M no Brasil, acho interessante e curioso este fenômeno, que bem se adaptaria ao ‘clima’ do mercado verde-amarelo.

Foto: Leticia de Castro Strazzi
Repórter Leticia de Castro mostra clutch da nova coleção da H&M

ANNA DELLO RUSSO
Depois da colaboração de designers, agora é a vez de uma stylist de peso e renome como a italiana Anna Dello Russo, que foi fashion editora da Vogue Itália por 12 anos, assinar coleção da H&M. Anna trabalha ao lado de grandes nomes da fotografia contemporânea, a exemplo de Helmut Newton, que adora defini-la como uma fashion maniac.
Sucessivamente, ela atuou para a Uomo Vogue e hoje ocupa posição de prestígio como creative consultant da Vogue Japão.
Em perfeita sintonia com a modernidade, a H&M soube colher o fenômeno das stylists: hoje a função tem tanto poder quanto a dos designers. Muitos stylists estão por trás de  grifes de sucesso, e de muitos outfits de atrizes de Hollywood, onde a escolha do próprio stylist é tão importante para a carreira quanto a definição do script para o próximo filme. Afinal, estamos também na era da imagem.
A coleção de Anna é muito rica, dourada e divertida. Baseada nos acessórios, dá vontade de comprar muitos deles. Várias peças foram inspiradas na coleção particular de Anna e, por isso mesmo, apresentam ares vintage, refletindo estilos de épocas diferentes. O diferencial positivo e de sucesso é o preço democrático H&M unido à qualidade das peças, que são tão bem feitas quanto as suas charmosas embalagens que tive o privilégio de ver pessoalmente, durante evento da Anteprima para a imprensa em Milão no dia 1° de outubro.
“Os acessórios são essenciais. São um toque pessoal no outfit e dão vida nova ao que já se possui no guarda-roupa. Basta colocar um colar, um bracelete, brincos, uma clutch nas mãos e completar com um chapéu, que tudo fica atual e novo. Os acessórios são como as vitaminas da moda”, afirmou Anna Dello Russo

Foto: Leticia de Castro Strazzi
Botas douradas e frasqueira dão toque de glamour às peças da nova stylist da marca

MARKETING
Para promover a coleção, o marketing H&M lançou o vídeo Fashion Shower (na tradução, banho de moda) e promoveu uma superfesta dia 27 de setembro, no auge da Paris Fashion Week, intitulada Paradis Ball.
A locação? Nada menos que o famoso cabaré parisiense Paradis Latin, com exibição de música ao vivo da cantora Azealia Banks e amigos fashionistas como Olivier Theyskens, Rachel Zoe, Jefferson Hack, Poppy Delevigne, Peter Dundas e as top models Karlie Kloss, Constance Jablonski, Liya Kebede e a brasileira Isabeli Fontana.
No dia 4 de outubro, Anna Dello Russo distribuiu autógrafos na loja H&M da Piazza San Babila, em Milão, onde está a megainstalação do par de botas douradas da coleção.
O marketing da H&M faz escola. Além de inovador, é muito arguto, valoriza todos os meios de comunicação e, assim sendo, a web não poderia ficar de fora. A própria Anna Dello Russo se popularizou saindo dos bastidores da moda, através dos blogueiros que adoram fotografar seus looks excêntricos, e é claro que gosta do assédio destes fãs. Tanto que acabou a



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