Pouca idade, muito talento

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Raquel de Medeiros

Klara Castanho em Amor Eterno Amor

Não é fácil escolher um caminho ou profissão entre todas as opções que se desenham pela frente. Segundo pesquisa realizada pela Universidade Anhembi Morumbi, 56% dos estudantes têm dúvidas sobre a carreira a seguir a menos de um ano do vestibular. O levantamento levou em conta a resposta de 18 mil estudantes do 3º ano do Ensino Médio de escolas públicas e particulares da Grande São Paulo. Há pessoas, no entanto, que parecem ter nascido com o dom. Não precisam de muito esforço para perceber a que vieram. É o caso de Klara, Larissa e David. Todos muito jovens e extremamente talentosos. Precoces, esses três moradores do Grande ABC descobriram o que queriam quando ainda mal sabiam escrever. Foram encantados pelas artes cênicas, pela música e pelo esporte na mais tenra idade e hoje conquistam a admiração do público Brasil afora. 


MENINA DOS OLHOS
A atriz Klara Castanho tem 12 anos e 11 de carreira. Praticamente nasceu encenando. Por incentivo dos pais, começou com apenas 9 meses. A primeira experiência foi uma sessão de fotos para catálogo de moda. Depois, fez alguns comerciais e aos 6 anos entrou para o elenco do seriado Mothern, do canal GNT, que abordava de forma divertida o cotidiano de quatro mães modernas. 
 
O boom da carreira ocorreu em 2010, quando interpretou a personagem Rafaela da novela global Viver a Vida. Não parou mais: mal acabou a trama, passou a participar das gravações de Morde e Assopra e, recentemente, ocupou papel de destaque entre os protagonistas do folhetim Amor Eterno Amor, de Elizabeth Jhin, na pele da sensitiva Clara.
 
A sensação de pisar no estúdio de gravação e contracenar com gente que só via na TV foi desafiadora. “Deu um medinho, mas fui muito bem recebida por todos, porque são muito amigos”, diz a garota, que escolheu ser atriz também por incentivo da família. “Quem escolheu por mim foi minha mãe, mas logo que comecei a entender (a profissão) não quis parar mais.”
 
Klara não acha difícil conciliar escola com trabalho, e ainda arruma tempo para brincar nas horas livres. “Dificilmente gravo de manhã, só na parte da tarde”, explica. Moradora de Santo André, diz que pretende continuar vivendo na cidade por um bom tempo: “Sou andreense de coração.” Para o futuro, almeja se consolidar na carreira de atriz, que considera “a melhor profissão do mundo”. 
 
PAIXÃO PELO TATAME
Larissa Morales, 10 anos, se apaixonou pelo judô depois que um professor apresentou a modalidade na sua escola, em Ribeirão Pires. A garota – que tinha 5 anos na época e já havia tentado praticar balé clássico sem muita empolgação – ficou vidrada com o esporte: “Achei a minha cara”. Entrou para as aulas ministradas no próprio colégio e um ano depois decidiu se matricular em uma academia especializada. Como aliadas, persistência e muita determinação. “Das dez crianças que faziam aula comigo, fui a única que continuou, e estou na academia até hoje.”
 
Para Larissa, o interesse das crianças pelas artes marciais aumentou nos últimos meses por conta do bom desempenho brasileiro na modalidade durante os Jogos Olímpicos de Londres – a atleta Sarah Menezes ganhou o primeiro ouro em uma competição feminina olímpica e Mayra Aguiar levou o bronze. “Isso incentiva as crianças”, diz a atleta, que em apenas cinco anos conquistou medalhas em campeonatos importantes: três pela Federação Paulista, duas Copas São Paulo de Judô e um Sul-Brasileiro. O grande sonho agora é alcançar o topo. “A minha diferença para os meus amigos é que eles querem muitas coisas e eu só quero uma. Por isso, vou até o fim; não gosto de desistir. Em 2020 estarei na Olimpíada. Pode esperar.”
 
David começou a cantar aos 4 anos
GAROTO PRODÍGIO
David Air era muito novo quando começou a arriscar as primeiras experimentações vocais. Naquela época, aos 4 anos, não sabia sequer o significado dessa palavra que lhe agraciou tanto: talento. Cantava porque gostava, em casa, para a família. Depois, começou a chamar a atenção de amigos, que o incentivaram a fazer os primeiros contatos com gravadoras, sem sucesso. 
 
Aos 11 anos, montou um grupo musical com mais dois primos, mas também não teve êxito. Foi preciso muita garra para não desistir no meio do caminho. A chance veio dez anos após as primeiras descobertas, quando amigos sugeriram que se candidatasse ao quadro Jovens Talentos, do programa Raul Gil, no SBT, em 2010. Mesmo com as dificuldades de transporte – pegava trem, metrô e ônibus para ir de Ribeirão Pires ao estúdio da emissora em São Paulo – e concorrência acirrada, persistiu atrás do sonho, sempre com o apoio dos pais. “Minha mãe me acompanhava e meu pai e meu irmão iam me assistir da plateia.”
 
Com voz firme e energia impressionante, David encantou espectadores e jurados. Não foi o campeão do quadro, mas ganhou participação no CD da vencedora e teve a certeza de que aquele era seu caminho. “Vou seguir na música, é minha prioridade.” Para isso, pretende voltar às aulas de canto e às sessões de fonoaudiologia ainda neste ano, a fim de continuar a batalha atrás do contrato com uma grande gravadora. “Quero gravar um CD”, afirma com a mesma segurança que demonstra em cima dos palcos.

 




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