Na moda

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Raquel de Medeiros

Movimento trouxe maiôs com recortes ousados. Fotos: Celso Luiz

Apesar de as transparências continuarem em voga, a última edição da São Paulo Fashion Week trouxe à passarela um verão mais discreto e elegante, sem grandes decotes ou fendas. Em vez de apenas surgirem os tradicionais shorts, ganharam ênfase também as peças longas, como saias compridas e calças em tecidos leves, cropped. 

Talvez por causa da proximidade para o início da Olimpíada de Londres, várias marcas agregaram às suas coleções modelagens esportivas, com coletes largos, botões metálicos, zíperes, cadarços e bermudas estilo ciclista. Porém, tudo feito com tecidos mais sofisticados e, às vezes, com algum brilho. “Roupas casuais foram interpretadas com luxo e há muitas peças com recortes esportivos”, disse a consultora de moda Costanza Pascolatto. 
 
No entanto, isso não significa que todos terão de sair com roupas de ginástica pela rua. “É bom frisar que não é para a mulher colocar o moletom de ficar em casa ou a roupa de academia e sair por aí. As roupas com inspiração esportiva para passeio são produzidas com tecidos nobres”, observa o apresentador do programa Esquadrão da Moda, do SBT, Arlindo Grund. O que causou estranhamento  foi o fato de, apesar de estarmos falando de moda primavera-verão, aparecerem jaquetas e sobreposições. A Cavalera, por exemplo, trouxe casacos enormes e pesados. A dúvida é onde usar tudo isso durante os dias mais quentes. Para Costanza, pode ser alternativa para eventos noturnos, quando as temperaturas tendem a cair um pouco.
 
Os vestidos apareceram em comprimentos diversos, inclusive em barras irregulares, como as costuradas por Tufi Duek. As saias despontam em peplum (tecido mais volumoso), com formato de babado na cintura. Bonito e feminino, mas que deve ser evitado por mulheres com quadris largos, já que o detalhe deixa a região ainda mais evidente. Para quem é mais esguia, vale a dica, assim como para quem pretende disfarçar a barriguinha. “A cintura marcada apareceu nos desfiles Ellus, Colcci, Vitorino Campos, André Lima, Samuel Cirnansck. No caso da Ellus e da Colcci, veio com peplum, que aumenta a sensação de ampulheta e de cintura fina – pelo menos aos olhos dos outros”, diz a consultora de moda e autora do blog Hoje Vou Assim, Cris Guerra.
As modelagens largas, chamadas oversized, também apareceram. Drapeados, franzidos e volumes assimétricos despontaram ao lado de babados em barras de saia e blusas largas. Ou seja, tem para todos os gostos.
 
Entre os principais destaques da semana de moda está Samuel Cirnasck, que encerrou o evento com vestidos belíssimos, daqueles que toda mulher quer usar. Entre os tons, abusou de dourado, preto e nude. Apliques de miçangas, paetês e um pouco de brilho conferiram glamour às peças. Inspiração certa para os vestidos de noite das próximas estações. 
 
A Neon fez desfile colorido, como sempre, e muito sensível também. Em meio ao parque do Ibirapuera, não havia quem não conseguisse sentir o clima de veraneio que o estilista trouxe para a coleção. Com tempero cigano, as peças se revelaram em cores marcantes, com tops justos e calças e saias mais fluidas. Blazeres, shorts largos e camisas se destacaram, todos com estampas especiais, de flores, elefantes e coloridos arabescos. A cintura apareceu à mostra em diversas produções da marca, assim como em outras grifes. Mas atenção: não é para sair por aí com a barriga toda de fora, apenas a faixa da cintura. O umbigo fica escondido em calças e saias de cintura alta. 
Ronaldo Fraga também merece ser lembrado. Depois de ficar uma edição fora da SPFW, voltou com força e poesia na ponta da língua. Declamou poema exaltando as belezas da Amazônia ao término do show e arrancou aplausos entusiasmados da plateia. A coleção foi dividida em dois: a primeira parte com peças neutras, em linho cru, e a segunda com estampas bem chamativas, da fauna e flora amazônicas, colorindo vestidos bem largos e compridos. 
 
Maxicolares receberam o devido destaque nas produções de Ronaldo Fraga e de vários outros estilistas. O segredo do equilíbrio é usar roupas com cortes simples e cores lisas para dar destaque aos acessórios. Vale até combiná-los com calça jeans e camiseta. Confira a seguir algumas tendências marcantes da última temporada da São Paulo Fashion Week. 
 
MODA PRAIA
As calcinhas apareceram maiores e mais comportadas. Os maiôs, no entanto, exibiram recortes ousados, como tiras, fendas, aberturas laterais, que nem sempre valorizam todos os corpos. A Turquia foi inspiração para a criação de estampas orientais da grife Água de Coco. Já a Movimento trouxe florais para todos os gostos. A Andréa Degreas abusou de brilho e cores metálicas para a moda praia.
 
MODELAGEM ESPORTIVA
O grande destaque desta temporada foram as roupas com modelagem esportiva em tecidos mais nobres. Os casacos da Juliana Jabour, por exemplo, lembravam os tradicionais moletons, mas na cor dourada. Também merecem ênfase as calças com joelheiras de Tufi Duek, os shorts curtos e largos da Animale, os casacos emborrachados de Glória Coelho, as regatas e camisas com zíper da Ellus.
 
Ronaldo Fraga se inspirou no Pará para criar estampas
ESTAMPAS BRASILEIRAS
As estampas invadiram os desfiles, o que já era de se esperar para o verão. Quase todas as marcas trouxeram alguma criação neste sentido e viu-se de tudo: flores, paisagens, animais, listras, imagens náuticas e frutas – até em exagero, como os limões enormes apresentados pela Fórum. Ronaldo Fraga trouxe algumas opções menos clichê, inspiradas na fauna e flora do Pará e do Amazonas. 
 
METAL, BRILHO E PEDRARIAS
Tons metalizados continuam nas próximas estações. O dourado veio com força em vários desfiles, inclusive para a moda praia, como mostrou Adriana Degras. Modelos em cobre e prata, como o macacão e os ves


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