Ecocidades

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Heloisa Cestari

Campos de tulipas embelezam Reykjavik, na Islândia

Elas não são as cidades mais limpas e verdes do planeta, mas foram eleitas por especialistas como as mais ecológicas do mundo devido às iniciativas que empreenderam para melhorar a qualidade de vida de seus habitantes sem deixar de contribuir com o planeta e servindo de exemplo para milhares de outros municípios. A avaliação é feita por meio da combinação de critérios como planejamento urbano, estatísticas ambientais, fontes de energia, índices de consumo, formas de transporte, número de áreas verdes, perspectivas de reciclagem do lixo e emissões de poluentes. Confira a seguir oito destinos considerados provas vivas de que o desenvolvimento social pode caminhar junto com a preservação do meio ambiente e até favorecê-la.

1) Reykjavik – Islândia
Os ônibus são movidos a hidrogênio e há eficiente política de incentivo ao uso do transporte público neste pequeno município, de apenas 115 mil habitantes. A meta da prefeitura é transformar Reykjavik na cidade mais limpa da Europa. E não é só a capital islandesa que demonstra essa preocupação com o meio ambiente. O país inteiro é abastecido por fontes de energia hidrelétrica e geotérmica – duas formas renováveis e livres de emissões de gases do efeito estufa – e assumiu o compromisso de se tornar livre de combustíveis fósseis até 2050.

2) Portland, Oregon – Estados Unidos
Situada à beira do Rio Willamette, na costa pacífica dos Estados Unidos, a Cidade das Rosas, como é conhecida, é exemplo de sustentabilidade há décadas, combinando espaços urbanos e áreas verdes de maneira impecavelmente planejada e eficiente. Portland foi o primeiro município a aprovar um plano global para reduzir as emissões de dióxido de carbono na atmosfera, adotou uma série de medidas para incentivar as construções ecologicamente corretas e é fundadora da Campanha das Cidades pela Proteção ao Clima. Cerca de um quarto dos seus moradores vai ao trabalho de bicicleta e há incentivo para carros híbridos ou elétricos: quem opta por esse tipo de combustível pode estacionar gratuitamente em áreas tarifadas e reabastecer as baterias de seu veículo em 12 pontos espalhados pela cidade. Além disso, Portland abriga dezenas de edifícios ecológicos; planeja fornecer 100% de sua energia com base em fontes renováveis e é considerada uma dos centros urbanos mais verdes do mundo, com 92 mil hectares de espaços naturais e mais de 120 quilômetros de ciclovias e trilhas ecológicas.

3) Curitiba – Brasil
Embora venha sofrendo com o excesso de carros nas ruas, o sistema integrado de transporte coletivo, aclamado como um dos melhores do mundo, levou a capital do Paraná a integrar o ranking das cidades mais ecologicamente corretas do mundo. Também ostenta a invejável marca de 180 metros quadrados por habitante e, segundo pesquisas, 99% dos curitibanos se dizem satisfeitos com o lugar onde vivem.

Malmö, na Suécia, ganhou o título de ekostadem (ecocidade)

4) Malmö – Suécia
Para tornar-se uma ekostaden (ecocidade), a terceira maior metrópole da Suécia revitalizou vários bairros lançando mão do que há de mais moderno em design com alternativas sustentáveis. A região do antigo estaleiro de Porto Oeste, por exemplo, opera com energias solar, eólica, hidrelétrica e com biocombustíveis gerados a partir de detritos orgânicos. Os edifícios são construídos com materiais sustentáveis e projetados para atingir alta eficiência energética, e as ruas são reservadas a pedestres e ciclistas, sendo que 40% das pessoas vão trabalhar de bicicleta. O Parque Sege, por sua vez, alimenta o bairro com fontes de energia ecológicas. E o distrito de Augustenborg é conhecido por operar o primeiro serviço de bondes sem emissões do mundo; pela grande quantidade de empresas de reciclagem, que processam cerca de 70% do lixo lá recolhido; e por seus telhados verdes – jardins botânicos instalados no topo das casas que reduzem o desperdício de água e acrescentam isolamento térmico. Além de criar extensos parques e áreas verdes, a administração municipal incentiva o uso de bicicleta e do transporte público. Também contribui com os planos do país de reduzir suas emissões de dióxido de carbono em 25% até 2012, meta bem superior aos 5% dispostos no Protocolo de Kyoto.

5) Vancouver – Canadá
Foi eleita pela revista Economist como a cidade mais habitável do mundo. Com 200 parques, 18 quilômetros de rio e 90% de sua energia proveniente de fontes renováveis (hidrelétrica, eólica e solar), a cidade promete, em poucos anos, zerar a utilização de combustíveis fósseis, e mantém a ambiciosa meta de promover vida 100% limpa e ecológica no prazo de 100 anos. Para tanto, o governo prevê reduzir suas emissões de gases causadores do efeito estufa a níveis 20% inferiores aos reportados na década de 1990, durante as negociações do Protocolo de Kyoto. Compactadores de lixo acionados por energia solar também foram instalados em toda a cidade. Cada um deles tem o tamanho de uma lata de lixo normal, mas é capaz de reter cinco vezes mais detritos (o que reduz a presença de caminhões nas ruas e as emissões por eles geradas).

6) Copenhague – Dinamarca
A maior parte do 1,7 milhão de habitantes de Copenhague prefere trocar o carro por bicicleta ou metrô. E a cidade abriga um grande parque eólico gerador de energia. Resultado? Prêmio Europeu de Gestão Ambiental pela limpeza das vias aquáticas e o planejamento a longo prazo. Nos últimos dez anos, o governo investiu em sistemas de monitoração da qualidade da água que acompanha os níveis de poluição. E o município também é famoso por seus mais de 5.600 moinhos de vento, que geram 10% da eletricidade consumida na Dinamarca.

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