Enxaqueca e pílulas

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Gisella Torquetto

Pílulas de hormônios combinados não são indicadas para quem sofre de enxaquecas. Foto: sxc.hu

Cerca de 40% das mulheres são acometidas no auge da sua vida reprodutiva por cefaleias e enxaquecas, fase em que a anticoncepção hormonal é o método mais utilizado para evitar uma gravidez indesejada. No entanto, se a dor de cabeça está presente, cuidados devem ser tomados na hora de usar anticoncepcionais.

Os anticoncepcionais hormonais combinados são contraindicados nos casos de enxaqueca com aura ou enxaquecas complexas. Segundo Dr. Jabas Magalhães, ginecologista da Comissão Nacional de Anticoncepção da Febrasgo, a enxaqueca com aura está associada a riscos independentes de fenômenos cardiovasculares, sobretudo infarto e derrame, e pode ser agravada intensamente pelo uso de contraceptivos hormonais combinados, incluindo grande parte das pílulas anticoncepcionais. “Esses métodos são compostos de derivados de dois hormônios (estrogênio e progestagênio) São contraindicados para os casos de enxaquecas graves pela presença do estrogênio sintético, que é um vasoconstritor e agrava algumas condições clínicas, sobretudo a hipertensão arterial – maior causadora de derrames, mais incidentes nas mulheres a partir dos 35 anos de idade”, complementa o ginecologista.
 
Como alternativa, as mulheres têm à sua disposição métodos anticoncepcionais não hormonais e métodos hormonais somente com progestagênios, como pílulas, implantes subdérmicos e DIU liberador de hormônio, que podem ser indicados nesses casos.
 
O Dr. Pedro Awada, Ginecologista do Hospital e Maternidade Brasil, afirma que os motivos da enxaqueca sempre devem ser investigados antes da prescrição do método. “É importante que a mulher sempre investigue a fundo a origem dessa enxaqueca. As pílulas também servem como controle hormonal e por isso amenizam as complicações da TPM, que pode ser a causa do problema”, complementa o médico. 
 
Enxaqueca x Dor de Cabeça
A dor de cabeça comum distingue-se da enxaqueca por ser menos intensa, normalmente não ser latejante, não causar vômitos ou intolerância à luz, além de não se agravar com o esforço, o que permite uma atividade profissional ou social praticamente normal. A enxaqueca comum (sem aura) acomete 11% das mulheres, segundo o Estudo Americano de Prevalência e Prevenção das Enxaquecas. A enxaqueca com aura (um complexo de sintomas neurológicos que ocorre imediatamente antes ou ao longo do surgimento da enxaqueca), presente em 5% das mulheres, segundo o mesmo estudo, está associada a riscos independentes de fenômenos cardiovasculares e pode ser agravada intensamente pelo uso de anticoncepcionais hormonais combinados.
 



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