Mais que rica, de valor

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Everaldo Fioravante

Lydia reclama da inveja que aumentou após programa
Ela nasceu em berço de ouro e hoje, aos 44 anos, continua rica. É educada, inteligente, divertida, magra, bonita, tem estudo, vive bem vestida e inpecavelmente maquiada. Usa joias valiosas, sempre, o que já seria suficiente para despertar a inveja alheia. Também é empresária (joalheira) e estreou em um programa de televisão que teve boa repercussão e elevou a audiência da emissora no horário. A madame em questão é Lydia Leão Sayeg, uma das ‘mulheres ricas’ do reality show da Band, exibido entre janeiro e março e que apresentou o cotidiano glamoroso de cinco integrantes da high society.
 
Da popularidade alcançada com o debute na TV, Lydia reclama da inveja, que teria aumentado desde que seu rosto passou a figurar na telinha nas noites de segunda-feira. Para se proteger do ‘mau-olhado’, a empresária – que se diz supercatólica - reza constantemente: “Leio os Salmos 91 e 118 todos os dias, de manhã. Mas se quiser me levar para tomar um passe em um centro espírita, vou também”.
 
Lydia se incomoda com o fato de a mídia martelar sempre sobre os mesmos assuntos que a envolveram no reality show, como a declarada atração por armas de fogo. “Ninguém falou que no programa inteiro eu só usei roupas de estilistas brasileiros e joias com pedras nacionais; que valorizei a nossa cultura. Só falaram que atiro e que minha filha é sempre multada.” As infrações de trânsito mencionadas, aliás, deram brecha para a abertura de um inquérito na Polícia Civil de São Paulo, já que as punições na carteira de habilitação levadas pela filha enquanto dirigia o carro de Lydia não foram transferidas para a jovem.
 
Mas ser uma das ‘mulheres ricas’ também tem seus pontos positivos. “As pessoas me reconhecem nas ruas e há um lado gostoso nisso, pois estou conhecendo muita gente do bem”, garante a joalheira, ressaltando que gostou de participar do programa principalmente por ele não ter teor agressivo nem  explorar a sexualidade para elevar os índices de audiência.
Além de Lydia, as outras protagonistas do reality show foram a empresária Val Marchiori, a decoradora Brunete Fraccaroli, a piloto de Fórmula Truck Débora Rodrigues e a socialite e escritora Narciza Tamborindeguy. Entre elas, quem chamou os holofotes para si e roubou a cena foi Val. Auto-intitulada “linda, loira, alta e magra”, ela repetiu o termo “Hello!” à exaustão, transformando-o em um bordão.
 
Em recente entrevista à jornalista Maria Gabriela no SBT, Val disse ter, de certa maneira, interpretado uma personagem em Mulheres Ricas. Lydia, ao contrário, afirma que não fez nenhum tipo de representação. “Falo somente por mim, e não pelas outras participantes. A Lydia é a Lydia. Não é personagem.” A mídia tem publicado que a Band planeja gravar uma segunda edição do programa e que é cogitada a participação de Val novamente. Se for assim, preparem-se para muitos outros hellos. Mas o Grupo Bandeirantes informa  oficialmente que não há nada definido sobre uma eventual segunda temporada do reality show. Se houvesse, e Lydia fosse novamente convidada, a decisão ficaria a cargo dos filhos e do marido, garante a empresária. “Tomei muito tempo deles durante a participação no programa. Então, a escolha agora seria deles. Já eu topo tudo, desde que não prejudique ninguém.” 
 
CENTENÁRIO
 
Lydia recebeu a equipe da Dia-a-Dia na Casa Leão, joalheria fundada por seu avô, Leão Sayeg, há 100 anos e hoje comandada por ela no Jardim Europa, região nobre de São Paulo. Com um livro já quase pronto, a mais nova celebridade das telinhas pretende adiantar as comemorações em alusão à data lançando a publicação e promovendo uma festa memorável no segundo semestre. “Vou reunir joias da minha família referentes a cada uma das dez décadas de história e farei uma exposição. Haverá também o lançamento de uma coleção da Casa Leão com dez peças novas, cada uma com uma pedra preciosa diferente.”
 
Questionada sobre se a participação em Mulheres Ricas trouxe algum retorno de marketing para a sua joalheria, Lydia diz ainda ser “cedo para medir”. “A Casa Leão é reconhecida pela credibilidade e pelo profissionalismo. Tenho muito orgulho desses 100 anos de história.”
A joalheria é um negócio familiar que vem atravessando gerações, mas Lydia não dá sinal de pensar em sua sucessão no comando da empresa. “Vejo que grandes mulheres fizeram sucesso aos 40 e poucos anos e que, se não se drogarem, assim como eu nunca me droguei, e forem saudáveis, farão sucesso até os 80 anos. Cito como exemplo a Hebe Camargo.
 
Então eu tenho mais uns 40 anos para pensar em um sucessor.”
No momento em que fala de mulheres de sucesso, Lydia menciona um dos livros que está lendo: Divas Abandonadas: Os Amores e os Sofrimentos das Sete Maiores Divas do Século XX, escrito pela jornalista Teté Ribeiro. “Também estou lendo um do Chico Xavier sobre obsessão. Minha cabeceira é cheia de livros”. 
 
Lydia dá aulas sobre mercado de luxo na USP e Faap
VIDA AGITADA
 
Dias antes da conversa com Lydia, a equipe de reportagem foi alertada de que a entrevista poderia ter interrupções, pois a joalheira atende clientes pessoalmente. OK. Mas ela só atendeu a uma ou outra rápida ligação telefônica e olhou um pouco o computador. Chegou de escova no cabelo e, no meio da entrevista, perguntou se poderia se maquiar enquanto respondia às perguntas. Sim. Então, delineou os olhos, passou gloss nos lábios... Tudo com produtos de beleza da mais alta qualidade. “Até o apontador do lápis de olho é Channel.” Definitivamente, é uma mulher hiperativa. “Minha cabeça não para de funcionar. Dou entrevista, faço maquiagem, atendo telefone, tudo ao mesmo


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