Homem mutante

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Eduardo Chaves

Foto: Ricardo Trida
A moda de Herchcovitch é feita para o mundo. Foto: Ricardo Trida

Se por um lado o que se vê nas passarelas é um gosto de bossa nova e ares tupiniquins, o estilista mais famoso do país, Alexandre Herchcovitch prefere o oposto e abandona a brasilidade. O desfile de Herchcovitch é teatral. O cenário é minimalista e todo o diálogo com o público é traçado pelas luzes. A sala de desfiles da Bienal precisou se adaptar para a ganância do estilista que ainda foi generoso e apostou em um ambiente ainda mais intimista. Ele quer mesmo todos os olhos focados para sua criação.

O desfile da marca masculina de Alexandre foi inspirado nos Rabinos. Ao total 32 looks marcaram a temporada outono/inverno do estilista que escolheu o preto, o branco e o azul como as únicas cores da cartela que representavam seu imaginário do frio brasileiro. Brasileiro? Poucos acreditam. O desfile indicou no volume das peças um inverno mais bruto, totalmente acostumado com as baixas temperaturas do clima europeu. Mas quem se importa? O homem que é uma máquina de fazer dinheiro tem seu nome emprestado para produtos que vão de toalha de banho até acessórios de decoração. O foco se perdeu? Não. A SPFW é uma vitrine e o estilista apresentou sua criatividde para o mundo.

As calças surgiram com as pernas mais curtas e ajustadas. A produção na passarela incorporou as meias e sandálias como ítem obrigatório ao visual. Já os casacos apostaram em vários tamanhos e shapes. Do justo ao folgado as dimensões foram abusadas. As listras protagonizaram toda a coleção. Um mix entre tons de azul deixaram o look total branco chique e sofisticado. 

Dos acessórios o estilista brincou com as franjas - muito usada já na coleção feminina - e no chapéu de pelos. Os cintos davam movimentam e subiam a cintura dos modelos. As luvas que alguns modelos desfilaram nas passarelas são o indício de que o inverno será gelado. Que os ventos desta criatividade soprem por todo o país e, claro, siga para outros continentes.


 




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