O novo galã da TV

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Raquel de Medeiros

Foto: Vera Jordan
Victor Pecoraro diz que o título não o engrandece e admite vontade de construir carreira internacional. Foto: Vera Jordan

Com a escassez de galãs na televisão, a Globo resolveu eleger o ator Victor Pecoraro para fazer mocinhas e telespectadoras suspirarem a cada capítulo da novela Aquele Beijo. A tarefa não é tão difícil para o moreno de 1,90 de altura e corpo atlético, que dá vida a Rubinho. Victor, no entanto, não vê vantagem no rótulo. “Acho que sou comum, feito de carne e osso como todo mundo. Não me acho bonito. Através do Twitter recebo muitos recados, mas isso não me engrandece.”

Ele, que já fez dezenas de participações desde que começou a atuar, em 2003, em Chocolate com Pimenta, vive pela primeira vez um papel de destaque na TV. E é ambicioso. Quer ser conhecido internacionalmente antes dos 50 anos. “Pretendo estudar fora, fazer um curso, começar com participações pequenas até surgir um personagem.” Para ele, o tempo para conquistar o objetivo não importa. “Eu acho que nunca é tarde. Tantos atores começaram mais velhos. Eu só estou com 33 anos, até os 50 nada é impossível.”  O pesquisador da USP e especialista em novelas Claudino Mayer diz que Victor tem a maioria das qualidades necessárias para um galã. “Ele é elegante, alto, bonito, tem atributos essenciais, mas o carisma ainda não deu para ser percebido.” Algo que talvez possa ser desenvolvido no desenrolar da novela.

 
ASSÉDIO CRESCENTE

O ator tem começado a ser notado nas ruas. “Antes falavam ‘ah, você é aquele cara que fez...Big Brother, não?’. Agora já estão me chamando pelo nome do personagem. Acho bacana, a repercussão é muito grande e gratificante.”

O lado ruim da fama é que ficou mais difícil sair de casa. Teve de aprender a conviver com os paparazzi e o intenso assédio feminino. Mas o artista diz que isso não gera problemas em casa, muito pelo contrário. “Ela (mulher) sabe que isso é consequência do meu trabalho e acha bom porque, se está acontecendo, é sinal de que o personagem está tendo repercussão.”

O  ator revela que também é muito abordado por crianças e homens querendo palpitar na vida no personagem. Mas Victor ainda consegue fazer tarefas normais, como ir ao shopping e levar a filha para passear. Também costuma fazer as compras de casa com a família. “Vou ao supermercado de madrugada. Não me privando das pessoas, mas é que é mais tranquilo, tem menos fila. Vou sempre com a minha esposa porque é ela que sabe o que se deve comprar.”

O ator é religioso e há cinco anos frequenta a igreja Bola de Neve. Porém, não faz questão de catequizar ninguém. O importante, para Victor, é que cada um procure o que está no coração e encontre o que lhe faz bem. “A religião tem que ser compartilhada e não discutida. Cada um tem sua escolha e faz o que quer.”
Passado no Grande ABC

Para viver o galã, Victor teve que abandonar o Grande ABC. Há seis meses, no entanto, fechou o apartamento em São Caetano para morar na Cidade Maravilhosa. Levou junto com ele a mulher, modelo Renata Muller, e a filhinha Sophia, 1 ano e 4 meses. “Estou amando o Rio de Janeiro. Minha vida está lá e aqui. Mas, dependendo de como for, quero morar no Rio. Gosto mais daqui do que de São Caetano ou São Paulo”, afirma.

Victor, que também já morou em São Bernardo, diz que se lembra pouco do colégio Anchieta, onde estudou. “Me lembro mais dos últimos três anos. Jogava bola, fazia coisas de moleque.” A família do ator ficou na região. As saudades ele mata quando volta para a cidade natal. “Eu não fico preso à família nem amigos. Claro que tem saudade guardada dentro de mim, mas fica ali.”

O contato com o lado artístico começou aos 21 anos quando fez teste para modelo e foi convidado a trabalhar na Itália. Até então, era apenas funcionário de uma multinacional no Grande ABC. Com 24 anos, entrou para a Oficina de Atores, na TV Globo. Passou no teste para Chocolate com Pimenta e a partir dali a vida ganhou outro rumo.

 

Foto: Vera Jordan
“Eu não fico preso à família nem amigos. Claro que tem saudade guardada dentro de mim, mas fica ali”. Foto: Vera Jordan

DA MODA À TELINHA DA TV

Sair do mundo da moda e mergulhar nas artes cênicas foi um desafio e ainda é. O ator, que não tem formação, se dedica a fazer cursos e laboratórios para aprimorar os personagens. Preconceito ele diz que nunca sentiu. “Como sempre fiz participações muito pequenas, não senti. Até porque não adianta um cara ir bem na cena e outro mal, porque a cena vai ficar ruim. Então, quanto mais você ajudar o próximo e ele te ajudar, é melhor para o ator, para novela, emissora e para o público. E os atores têm consciência disso.”

Victor é simples. Ao entrar na sala para entrevista, estava sentado nos esperando, bem-humorado, conversando e rindo com assessoras e produtoras, como se ele não fosse a estrela do momento. A simplicidade também estava na roupa: calça jeans e camiseta. Nos pés, chinelos. Vaidoso afirma que não é. Apesar disso a barba é extremamente bem aparada, os cabelos bem cortados e brilhantes e o corpo parece receber cuidados diários. Meio contraditório. Ele explica. “Me cuido porque trabalho com imagem. Uso creme para o rosto. Ganhei um antirugas e outro para olheiras e estou usando. Para tudo que não tenho paciência aprendo a ter, senão fica chato.” A academia é sagrada na rotina de Victor.  O treino de, no máximo, 40 minutos é suficiente para deixar os músculos esculpidos. “Vou todo dia, adoro fazer. Antes não gostava, mas aprendi a gostar.” Tanto é flexível que em casa ganhou apelido de camaleão. “Minha mulher fala que sou que nem camaleão, porque me adapto a qualquer lugar.”

 
PAI DE PRIMEIRA VIAGEM

Outra novidade é o papel de pai. “Estou aman



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