Maravilhas da natureza

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Eliane de Souza

Foto: Divulgação
Cataratas do Iguaçu uma das novas sete maravilhas do mundo. Foto: Divulgação

No dia 11 de novembro, ambientalistas de todo o planeta pararam para ouvir o anúncio das Sete Maravilhas Naturais do Mundo. A eleição, promovida pela fundação suíça New Seven Wonders – a mesma que pôs o Cristo Redentor entre os sete monumentos mais importantes da humanidade em 2007 –, durou quatro anos e revelou joias da natureza que pouca gente conhece, como o Salar de Uyuni, na Bolívia, a Baía de Fundy, no Canadá, as Belogradchik Rocks, na Bulgária, e os vulcões de lama do Azerbaijão. O pleito mobilizou governos de olho no incremento econômico que o título poderia trazer. Para orgulho nacional, dois patrimônios brasileiros – Amazônia e Cataratas do Iguaçu – fazem parte da cobiçada lista. O resultado será ratificado no início de 2012. Vale conferir os vencedores antes que a fama os deixe abarrotados de turistas.


AMAZÔNIA

É a maior bacia hidrográfica do planeta, responsável por um quinto do fornecimento de água doce da Terra. Metade de seus quase 8 milhões de quilômetros quadrados pertence  ao Brasil. O restante abrange os territórios da Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. É por seus rios navegáveis que o turista vai desvendando, pouco a pouco, os encantos da selva, e descobre por que a Floresta Amazônica coleciona o título de primeira em biodiversidade, com um terço de todas as espécies de seres vivos do mundo. Os passeios por rios e igarapés são a melhor forma de chegar aos refúgios dos tipos mais raros de fauna e flora. E há opções para todos os bolsos: desde embarcações simples, onde dezenas de passageiros dormem em redes a luxuosos navios que cobram cerca de US$ 100 por pessoa. As finalidades do passeio são igualmente diversas. Há expedições para pesca, focagem de jacarés, observação de aves e, claro, para o encontro dos rios Negro e Solimões. Mas os números da destruição também são gigantescos. A floresta já perdeu 20% do tamanho original e o desmatamento prossegue a passos largos.

 
CATARATAS DO IGUAÇU


Gigante pela própria natureza, esse conjunto de quedas d'água compartilhado entre Brasil e  Argentina impressiona pela beleza e pelo volume hídrico. Os argentinos gabam-se de abrigar a famosa Garganta do Diabo, com 80 metros de altura. Mas somos nós, brasileiros, que temos a melhor vista do conjunto. Para sentir a força das águas na pele, faça o passeio do Macuco Safári, em que um bote leva os visitantes para debaixo das duchas. Aproveite a estada para visitar o Parque das Aves e a Usina de Itaipu.


BAÍA DE HA LONG

Adornada por 3.000 ilhotas de calcário no Golfo de Tonkiné, quase todas desabitadas, e tombada como Patrimônio Mundial da Unesco em 1993, a região é um dos maiores tesouros do Vietnã. A água – ora de cor esmeralda, ora turquesa –, as pequenas ilhas com infinidade de praias e as cavernas esculpidas pelo vento criam paisagem singular. Não à toa, serviu de cenário para o filme Indochina, que se passa nos anos 1940, quando o Vietnã ainda tinha o nome que dá título ao longa-metragem. A região também tem importância biológica e científica. Alguns animais que habitam os vales não são encontrados em outra parte do mundo. As cavernas mais impressionantes são as de Hang Dau Go e Thien Cung.

 
ILHA DE JEJU

Perdida nas águas do Estreito da Coréia, a Ilha de Jeju é reduto de coreanos em lua de mel. A natureza impera exuberante. A começar pela vista do Monte do Sol Nascente e pelo complexo sistema de tubos de lava que originaram 120 cavernas. Como a última erupção na ilha ocorreu há aproximadamente 800 anos, a rocha esfriou, transformando esses canais subterrâneos em longos labirintos, ricos em espécies da fauna asiática. E se você pensa que a ilha não tem nada em comum com o Brasil, aí vai uma curiosidade: Jeju é o local antípoda do município de Santa Vitória do Palmar, no Rio Grande do Sul. Isso significa que se um gaúcho cavar um buraco, em linha reta, que passe pelo miolo da Terra, ele chegará em Jeju. Nada mal...

 
ILHA DE KOMODO

Komodo, na Indonésia, é uma espécie de Jurassic Park do mundo moderno, um dos poucos lugares onde os últimos descendentes dos dinossauros vivem em habitat igual há milhares de anos. Mas quem reina por lá é um dragão. Não exatamente daqueles que soltam fogo pelas ventas, mas um lagarto, o maior do mundo, que chega a atingir 3,5 metros de comprimento e pesar 125 quilos. Ele foi descoberto por cientistas ocidentais em 1910, e logo passou a ocupar lugar de destaque em zoológicos do mundo. Aí também encontram-se vulcões – o mais alto deles é o Satalibo, com 762 metros –, praias selvagens e florestas com espécies curiosas de flora e fauna.

 
PORTO PRINCESA

Ele sempre foi considerado o rio subterrâneo mais longo do mundo. Só perdeu o título em 2007, quando outra corredeira com as mesmas características foi descoberta na península mexicana de Yucatán. Mesmo assim, o chamado Puerto Princesa Underground River, nas Filipinas, apresenta vantagem que o concorrente latino-americano não tem: é navegável. O parque nacional que abriga esta maravilha ocupa área de 3.900 hectares com 11 diferentes ecossistemas. Capital de Palawan, Porto Princesa possui cerca de 200 mil habitantes e vários atrativos além do rio, como uma famosa fazenda de crocodilos e pontos indicados à prática do mergulho.

 
TABLE MOUNTAIN

Ir à Cidade do Cabo, na África do Sul, e não subir a Table Mountain é o mesmo que visitar o Rio de Janeiro e não conhecer o Corcovado: imperdoável. O turista pode escolher entre as mais de 500 trilhas ou chegar ao topo, de 1.086 metros de altura, a bordo de teleférico. A diferença para o Corcovado é que, ao invés do Cristo, quem sobe tem encontro marcado com o demônio. Reza a lenda que o coisa-ruim mora lá, dando seus pitacos de fumo desde o século 17. Mas a vista que se vislumbra no Devil's Peak (Pico do Diabo) não tem nada de tenebrosa. Pelo contrário: é divina!



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