Caliente Madri

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Eduardo Chaves - Enviado a Madri

Foto: Eduardo Chaves
Capital espanhola oferece muito mais do que museus, touradas e compras em lojas de grife. O ritmo madrilenho contagia, e desperta os olhos para a história de uma cultura tão pulsante quanto o bater das castanholas. Foto: Eduardo Chaves

Que bom seria se São Paulo fosse do lado de Madri." A canção da dupla sertaneja Fernando e Sorocaba brinca com os mais de 8.000 quilômetros que separam as duas cidades. Além da distância geográfica, Madri se diferencia de São Paulo por aspectos que vão além da cultura. Enquanto a história recente da capital paulista revela memórias dos seus 457 anos, a sexta maior cidade da Europa, terra que já pertenceu ao Império Romano, carrega hoje traços de uma identidade globalizada e que, ao mesmo tempo, fixa as raízes do passado para manter viva sua história no presente.

Entre árabes e romanos, ou clérigos e monarcas, Madri é o retrato do seu povo. Com mais de 3 milhões de habitantes e cerca de 600 quilômetros de extensão, a capital da Espanha parece pequena para guardar tanta diversidade e tantos tesouros artísticos. O turista que desembarca no aeroporto de Barajas, um dos maiores do mundo, precisa de muita disposição para conhecer os museus, andar pelos parques, deslumbrar-se com os palácios, e necessitará de um olhar mais demorado para reconhecer os traços da arquitetura local. Momentos que ficarão guardados além da memória das câmeras fotográficas. São imagens que se fixam na mente por toda a vida. O vermelho é o protagonista das cores no passeio pelas calles - ou ruas, no bom português. Divirta-se!
 

MADRI PARA TODOS


O voo entre São Paulo e Madri leva dez horas, em média. O aeroporto de Barajas é o destino final. Grande e imponente, o terminal, inaugurado ainda na década de 1930, passou por diversas modificações e, com isso, ganhou tráfego de turistas cada vez maior. Segundo a Skytrax, empresa de consultoria britânica que realiza pesquisas sobre companhias aéreas e aeroportos em todo o mundo, Barajas registrou um fluxo de 50 milhões de pessoas apenas em 2010. Consagrando-se, assim, como o 11º mais movimentado do mundo e o 4º no ranking da Europa.

A estrutura de comunicação visual do aeroporto é funcional e garante excelente mobilidade para o turista que acaba de desembarcar no país. Do posto da polícia federal até a retirada das bagagens, o processo não demora mais do que vinte minutos - isto é, se você não for escolhido a dedo para prestar mais esclarecimentos na Imigração, contratempo bastante recorrente entre os brasileiros.

A autonomia do transporte espanhol é outro ponto de destaque. Ainda dentro do Barajas é possível pegar a Linha 8 do metrô, que une os terminais do aeroporto ao centro da cidade em cerca de 15 minutos. A opção é ainda melhor do que os táxis ou os ônibus em frente ao terminal, já que as vias que ligam o aeroporto ao centro da cidade são sempre bastante congestionadas. Vale investir cerca de 2 euros (R$ 5) no bilhete e seguir de transporte público.

O mapa do metrô da cidade é um dos maiores do mundo. Tanto pelo número de estações como pela distância dos trilhos, o turista poderá usar o serviço para experimentar todos os prazeres de Madri. Ao todo, são 281 estações que transportam mais de 700 milhões de passageiros por ano. Os estrangeiros certamente não terão problemas para se locomover pela cidade. Além de auto-explicativas, as sinalizações acompanham também nomes dos monumentos históricos a serem visitados. Sistema integrado e de primeiro mundo com cerca de 100 anos de atividade.

Procure observar se o seu hotel está próximo de algum ponto do metrô. Certamente não terá com o que se preocupar, e a primeira parada será ganhar fôlego para conhecer a superfície. Madri não vai deixar você descansar.

 

Foto: Eduardo Chaves
Artistas apresentam seus trabalhos pelas ruas de Madri. Foto: Eduardo Chaves

PASSOS MARCADOS

O roteiro para uma viagem de três dias pela capital madrilenha precisa ser objetivo. Se o seu destino final, após uma temporada na Europa, é a Espanha, certamente você já estará acostumado com os passos rápidos da visitação. No entanto, se for o seu primeiro destino, é bom se adaptar à nova rotina.

Depois de deixar as malas no hotel vista-se com uma roupa bastante confortável. Tênis, bermuda e camiseta são itens indispensáveis. Protetor solar e água também devem acompanhar a mochila. A caminhada será longa e você deverá se preparar para uma maratona.

Uma das ruas mais famosas de Madri é a Gran Via, que chama atenção pela arquitetura dos seus prédios e pelo conflito ímpar entre o novo e o velho. Construções históricas ganham ares modernos e envidraçados. Essa grande avenida de comércio inicia seu trajeto ainda pela rua de Alcalá e termina na Praça Espanha. Roteiro certo para os apaixonados por teatro e grandes musicais, que a consideram a versão espanhola da Broadway. A dica é reservar o ingresso antes. As filas para compra chegam a dobrar quarteirões e os preços podem variar de 25 a 400 euros (cerca de R$ 60 a R$ 950). Nada mal para um continente em crise.

Se você acha que aproveitar algumas horas de um musical na Espanha está fora do seu roteiro e as fachadas dos prédios da Gran Via já são interessantes, então a pedida é caminhar cerca de dez minutos até a Praça de Cibeles. O mais famoso postal de Madri é grandioso e está emoldurado pelo antigo palácio da Comunicação, atualmente sediado pelos correios da cidade.

Inaugurada em 1782 com estrutura que recebe tanques de água, a praça é pontuada por escultura em mármore que representa a deusa Cibele, mãe da fertilidade. Se o juiz apita o fim do segundo tempo de uma grande partida do Real Madrid e o time da casa vence, a praça é invadida por uma multidão de torcedores que escolhem o local para comemorar o triunfo da jogada.

Para a próxima parada depois da Praça Cibeles, suba a Rua Alcalá e visl



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