Bruxaria do bem

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Raquel de Medeiros

Em 31 de outubro comemora-se o Dia das Bruxas. A data, muito tradicional na cultura norte-americana, tem chamado atenção do brasileiro há algum tempo. E, por aqui, a magia tem sido tratada com bastante seriedade por bruxas e magos, que valorizam e admiram as forças misteriosas da natureza. Ao contrário do que se conta nas histórias infantis, a bruxaria não tem nada a ver com maldades, mas com a crença de que a natureza e seus elementos – como o sol, a lua e as estrelas – são divinos.

 
O Grande ABC é polo de estudo do paganismo. Segundo levantamento recente da Abrawicca (Associação Brasileira da Arte e Filosofia da Religião Wicca), cerca de 10% dos seus filiados vivem na região, espalhando sementes do bem.

 

Bem-estar e equilíbrio

 


A escritora Valéria Gonçalves, 43 anos, mergulhou tão intensamente no paganismo celta que decidiu alterar o próprio nome.  Rowena Arnehoy Seneween é como ela assina o  recém-lançado livro Brumas do Tempo. Formada em Educação Física, atuando como webdesigner, casada e mãe de dois filhos, ela ainda encontra tempo para estudar e escrever. “Busco intuição e fluidez na natureza, como fonte de inspiração para os meus estudos.” Em 2006, fundou o site Templo de Avalon (www.templodeavalon.com).
Valéria diz que todo ser humano nasce com dons extrafísicos. Quem escolhe desenvolvê-los adquire maior consciência de valores. “Dentro da nossa crença não há o conceito de bem e mal, apenas o comprometimento com a verdade, a justiça, a lealdade e o respeito pela natureza.”

 

Alegria para viver

 



Desde adolescente, Marcos Reis, 33 anos, gostava de coisas diferentes, como parapsicologia, lendas indígenas e histórias fantásticas. Em 1999, ao passar em frente a uma loja de artigos esotéricos, viu imagem que chamou sua atenção. “Descobri que era um triskle, símbolo dos druidas. Desse dia em diante, passei a estudar muito sobre esse povo, suas magias e histórias.” Formado em Tecnologia da Informação, participa de grupos de estudos no Brasil, Europa e Estados Unidos.  Escreve para o site www. druidismo.com.br e é um dos organizadores do Encontro Nacional de Druidismo e Reconstrucionismo Celta. “Trabalho com a cura através do uso do som, ervas mágicas e bebidas sagradas indígenas nos rituais que realizamos.”

 

Olhar positivo

 



O mago Eduardo Formigari, 37, trabalhou oito anos como professor de dança até ter o primeiro contato e se apaixonar pela magia em 2005. Um ano depois, ele se formava no curso de Bruxaria Natural.  Conhecer melhor sobre os quatro elementos da natureza, sobre a energia do sol e da lua, a influência dos astros, além da utilidade de ervas e plantas em chás e banhos, ajudou o mago a prestar mais atenção à sua missão de vida. “Assumi meu lado terapêutico.” Na clínica de Eduardo, em Santo André, são aplicadas massagens para equilibrar corpo e espírito. Com a bruxaria, aprendeu a ver o mundo sob outra perspectiva. “Você entra em atmosfera energética diferente, vê lado positivo até em algo mais desafiador ou aparentemente negativo.”
 




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