Com açúcar e afeto

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Andréia Meneguete

Foto: Ricardo Trida
Ter uma profissão na qual se é escolhido a dedo para fazer parte de  momentos felizes é algo compensador, mas cheio de responsabilidades. Foto: Ricardo Trida

Ter uma profissão na qual se é escolhido a dedo para fazer parte de  momentos felizes é algo compensador, mas cheio de responsabilidades.  A rotina de cake designer – ou confeiteiros, como muitos deles gostam de se autodenominar – é estar sobre uma linha tênue entre delícias e exigências.  Para criar obras de arte em forma de açúcar, é necessário criatividade, empenho e muita dedicação.


DOS PARAFUSOS AOS DOCES


É difícil imaginar como um metalúrgico poderia largar o peso das máquinas para se entregar à leveza dos doces. Com uma história curiosa e cheia de desafios, Valmir Rodrigues, 46 anos, de São Caetano, é um dos cake designers mais famosos não só da região, mas também da Capital. 

O profissional por muito tempo trabalhou em jornadas duplas entre uma indústria de parafusos em São Bernardo e a cozinha de casa, produzindo  doces para a mãe vender no escritório. Depois disso, passou a receber pedidos de bolos e doces.

“A recordação que tenho é de bem pequeno na cozinha pegando porções de massa de bolo e colocando em tampas de fermento.”

A repercussão sobre seu trabalho veio mesmo após participar de programas vespertinos de televisão. Há quase três décadas no mercado, Rodrigues tem 15 funcionários fixos e chega a produzir 25 festas por semana.

O segredo para o sucesso está na dedicação que tem na hora de criar.  “Tenho grande preocupação com a minha cliente, faço o impossível para que se sinta realizada com os produtos que entrego. Isso me faz sentir pleno e realizado.”


PARA CRIANÇAS

Trabalhando com personagens famosos e encantados, a andreense Claudia Cestari, 45 anos,  garante a alegria dos pequenos há quase uma década fazendo bolos de encher os olhos e também, claro, o paladar.

A decisão pela carreira deu-se quando percebeu que não era feliz na função de analista de sistemas.  Fez cursos na área de culinária, aprendeu na prática como fazer  bolos e abriu o negócio.

A propaganda boca a boca lhe rendeu clientes e reconhecimento. Hoje faz cerca de dez bolos por semana e tem a agenda lotada de entregas.  “Sinto imenso prazer em proporcionar alegria com um produto feito por mim. É muito gratificante.”

A afinidade com crianças é tanta que Claudia hoje dá aulas de cupcake em bufês infantis durante as festas e pensa em criar um programa com atividades de culinária  no próprio espaço para atender os pequenos que desejam ser mestres-cucas por algumas horas.


EXIGÊNCIA E PERFEIÇÃO

Cozinhar era  terapia que acalmava e descansava a mente da andreense Iara Ceratti, 50 anos. Toda noite lá estava ela inventando receitas e testando os resultados.

O saldo foi tão positivo que desistiu de seguir a carreira de arquiteta e há 20 anos atua como cake designer no Grande ABC.

Os primeiros clientes foram os parentes, que adoravam cada invenção e sabor. Depois, foi conquistando a confiança da freguesia.

“No começo da carreira, optei por fazer parcerias e trabalhar com pessoas exigentes. Assim faria um bom trabalho sempre”, explica a profissional sobre umas das táticas que teve para alcançar os objetivos traçados. A dedicação foi tanta que no cardápio do ateliê, localizado em Santo André, os clientes ficam indecisos diante dos 50 tipos de doces e diversas possibilidades de recheio para bolos.

A paixão pela arte de cozinhar passou para a filha mais velha, Bruna, que decidiu estudar Gastronomia. “Tendo uma aliada jovem, a nossa cozinha ganha mais criatividade e possibilidades na hora de montar as receitas”, salienta Iara.




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