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Laura Müller
Não, não faz mal algum usá-los, seja sozinha ou acompanhada. Mas eles geram muita polêmica e discussão. Estou falando dos brinquedos eróticos vendidos aos montes nas sex shops do Brasil e do Exterior. E agora eles chegam cada vez mais fácil e discretamente às mãos de quem os deseja: há várias lojas na internet, com produtos adequados a variados gostos e bolsos. São entregues em embalagens neutras e pagos a uma discreta razão social da empresa, que, em geral, não remete ao nome fantasia (espalhafatoso) da sex shop.
No arsenal estão incluídos vibradores de variados tamanhos, cores, texturas e intensidades, além de massageadores à prova d´água para uso no chuveiro ou na banheira, óleos e cremes para massagem, bolinhas que explodem dentro da vagina liberando um líquido lubrificante, anéis para colocar ao redor do pênis e dar mais prazer ao casal, velas aromáticas, lingeries, fantasias e (que bom!) camisinhas. Muitas. De vários tipos. E muitos outros produtos. Ou seja, dá para deixar a imaginação fluir numa visita a essas lojas, ao vivo ou via internet.
A complicação, no entanto, começa quando a mulher ou o homem olha para esses brinquedos como algo de certa forma errado ou ‘sujo’. Trinta por cento da ala feminina sente vergonha de tocar o corpo. Para quem já se sente mal com a masturbação, adereços desse tipo podem ser impensáveis.
No universo masculino, parcela gigantesca sente ciúme quando a parceira se masturba. E pergunta a ela coisas do tipo. “Não estou dando conta de você?”. Para quem pensa assim, o brinquedo erótico soa como concorrente.
E bate, sim, um ciúme danado do vibrador da companheira.
No fundo, não há mal algum em sentir prazer desse jeito, com a masturbação: é uma prática saudável e que aponta para muitas pessoas o melhor caminho para o orgasmo. Incluir na brincadeira um acessório erótico também não tem nada de errado.
Mas cada pessoa tem seus limites, não é mesmo? E se você não se sente confortável com nada disso, então, não é para se lançar a essas práticas. Sexo é para surtir prazer, e não angústias e sofrimento físico e/ou psíquico. O que eu quero dizer com isso? Que vale a pena respeitar os próprios limites. Sempre! Já quem morre de vontade de experimentar, vale a pena apostar nos seus desejos e abrir espaço para eles, se assim quiser. Não importa se a pessoa está só ou em relacionamento fixo. A masturbação é prática que não exclui o sexo entre o casal. São prazeres distintos. E que podem se complementar.
E para os casais mais abertos a novas experiências, incluir o arsenal das sex shops na rotina erótica pode ser grande divertimento. A dica é escolher os brinquedos a dois. Assim fica bem prazeroso. Para ambos.
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