Amor demais

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Raquel de Medeiros

Foto: Claudinei Plaza
Parcerias em que o sentimento é o elo mais importante e que une tanto irmãos quanto marido e mulher. Foto: Claudinei Plaza

O ser humano nasce sozinho. E assim irá embora desta Terra. Mas solitário o homem não sobrevive. Como é bom poder ter por perto pessoas que a gente ama. Uma troca de energia tão forte que é capaz de nos fazer sentir mais vivos. Amor de pai, de irmão, amor para toda a vida. O que mais importa neste mês, em que se comemora o Dia dos Namorados, não é a troca de presentes, mas a troca do mais nobre dos sentimentos: o amor.

A Dia-a-Dia conversou com duas duplas especiais. Para eles não há dúvida de que, muito mais do que todas as conquistas profissionais que obtiveram juntos, o sentimento foi o ponto de partida e continua sendo o elo mais importante.
 

Entre irmãos
 
União é palavra de ordem nessa família que administra dois grandes salões de beleza, um no Brasil e outro na Espanha, o Brú International. Os irmãos Átila e Esaly Brú são responsáveis pela unidade brasileira, em Santo André. A inspiração para que a psicóloga e o oficial da Marinha se unissem na ideia – a abertura do centro de estética – veio da mãe, uma cabeleireira espanhola.  “Quando minha mãe veio para o Brasil não pôde montar um salão. Mas estava sempre ensinando para gente”, diz Átila.

Os dois fizeram cursos na Espanha, França e Inglaterra. “Habilidade a gente já tinha. Só precisávamos ter conhecimento.”

Segundo Esaly Brú, eles têm personalidades diferentes, o que ajuda no desenvolvimento do trabalho. O principal motivo que faz com que os dois tenham sucesso juntos é o amor. “Minha mãe passou isso para gente. Nós aprendemos a nos amar, então, pode cair o mundo que a gente mantém essa base”, diz Átila, que admite ter sido difícil entrar num mundo tão feminino. Mas, para Esaly, a mistura é boa. “É legal, porque ele traz o pensamento do homem e eu, o  da mulher. A gente sempre se complementa nesse sentido. Quando preciso de alguém para ajudar, ele sempre resolve.”

O resultado do trabalho surge quando a cliente sai com autoestima elevada e recebe elogios. “O sucesso do cabeleireiro não está no corte ou tratamento que faz, mas também nos comentários que a mulher vai ouvir sobre o cabelo dela quando sair daqui”, admite Átila.

Para os irmãos, tão importante quanto um serviço benfeito é o atendimento. O carinho que os dois receberam da mãe, agora, tentam também passar para os clientes. O relacionamento de harmonia começa com os funcionários. “O ambiente que temos aqui não tem em outro lugar. O cliente percebe.”

Então, é assim: uma mão lava a outra. “Ele é meu parceirão, meu porto seguro”, diz Esaly, emocionada. “Apesar dos temperamentos diferentes, eu respeito e admiro muito ela. É a minha referência”, completa o irmão.

 
Parceria 24 horas
 
O casal de empresários Ari Barcellos, 41 anos, e Gabriela Barcellos, 39, realmente faz valer a frase ‘unir o útil ao agradável’. Com pouca experiência, mas muita intuição para os negócios, eles deram os primeiros passos no mercado assim que deixaram a faculdade, há 18 anos. Juntaram os conhecimentos do curso de Administração dele com a especialidade de Gabriela, que é dentista formada pela Unesp, mudaram-se para São Paulo e montaram uma clínica de atendimento odontológico 24 horas.  A empresa era somente os dois. Ele fazia desde a divulgação, o atendimento telefônico até a organização administrativa e o fechamento de contratos. Gabriela ficava responsável pelas consultas. “Eu ouvia muito não”, conta Átila.

O começo difícil exigia trabalho dobrado. Como a clínica em Santo André atendia 24 horas e os dois moravam em São Paulo, cansaram de sair do trabalho tarde da noite e ter de voltar de madrugada. Hoje o casal é dono de um convênio odontológico da região. Ari ainda se divide entre a vice-presidência da Associação Comercial de Santo André e a política. “Tive uma experiência no ano passado. A continuidade depende de muitas coisas. Quero que o trabalho tenha sinergia com meus pensamentos, senão não tenho interesse.”

E tem que sobrar tempo para a família. Mais do que parceiros no trabalho, Ari e Gabriela são cúmplices na vida. O casamento de 14 anos deu origem a três filhos: Maria Carolina, 11 anos, Maria Fernanda, 8, e Guilherme, 5. “É um pouco difícil separar a vida profissional da sentimental, mas procuramos chegar em casa e priorizar a família”, explica Gabriela. 

O apoio dele para que a carreira de Gabriela desse certo foi fundamental. E vice-versa. “A presença do Ari é um esteio. Ainda bem que as nossas opiniões coincidem, procuramos andar conectados”, diz Gabriela. “Ela me apoia 100% e em todos os momentos”, comenta Ari. Os dois se preparam agora para abrir mais uma empresa juntos, uma administradora de benefícios.




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