Já comeu sua plantinha hoje?

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Alessandra Nunes

Já ouviu falar da ora-pro-nóbis? A Pereskia aculeata, nome científico, faz parte da família cactácea e é composta por folhas, flores, frutos e espinhos. É comumente encontrada no cerrado brasileiro porque necessita de pouca água para seu cultivo.

A OPN (Ora-Pro-Nóbis) faz parte de grupo conhecido por Panc (Plantas Alimentícias Não Convencionais). São hortaliças pouco difundidas que possuem propriedades nutricionais importantes, mas que não são consumidas pela falta de costume ou pelo desconhecimento, afinal, não fazem parte de cadeia produtiva na mesma proporção das hortaliças convencionais.

Pesquisas mostram que as folhas da OPN podem ter potencial anti-inflamatório, antitumoral e ação contra alguns protozoários. Porém, ainda é mais destacada pelo seu alto teor proteico. Cerca de 100 g de folhas contêm, aproximadamente, 20 g de proteína, sendo boa alternativa para complementar a necessidade desse nutriente na dieta. Um outro atrativo é que essa proteína é de boa digestibilidade, sendo indicada na alimentação de crianças e idosos.

Além da proteína, a ora-pro-nóbis possui boa quantidade de ferro não-heme (encontrado em alimentos de origem vegetal), um mineral de extrema importância no transporte de oxigênio para todos os tecidos do corpo e que, além de auxiliar na manutenção do sistema imunológico, também protege contra danos oxidativos.

Levando-se em consideração que boa parcela da população apresenta deficiência de ferro e, consequentemente, anemia ferropriva, essa é mais uma vantagem de introduzir essa hortaliça na alimentação. Nesses casos, recomenda-se ingerir as folhas sempre associadas a alguma fruta rica em vitamina C, já que o ferro não-heme possui melhor absorção quando está associado.

Tanto em sua folha quanto no caule, são encontradas grandes quantidades de fibras insolúveis, essenciais para a formação e aumento do bolo fecal, contribuindo para melhoria do trânsito intestinal e prevenção de algumas doenças como câncer de cólon e hemorroidas, além de propiciar maior saciedade.

Por ser algo novo, ainda há pouca exploração comercial da OPN. O cultivo ocorre quase que exclusivamente em nível doméstico ou por pequenos produtores. Por outro lado, já existem muitas pesquisas fomentadas pelo governo para incentivar o cultivo e consumo dessas hortaliças não convencionais, com o objetivo de torná-las mais acessíveis à população, especialmente as de baixa renda.

Tem espaço no seu quintal? Compre uma mudinha dos pequenos produtores e introduza essa hortaliça no seu dia a dia.

 

 

 




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