Baseado em jogo, filme traz revolta que vem do passado

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Luís Felipe Soares

Assassin’s Creed é uma franquia dos videogames, na qual elementos como ação, aventura, jogabilidade e enredo se encontram de maneira muito interessante (saiba mais na edição do D+ de ontem ou na versão on-line, no www.dgabc.com.br). Desde sua criação, em 2007, a série evoluiu, se reinventou em certos aspectos e continua a chamar a atenção dos fãs, principalmente por cada título funcionar como espécie de página de um livro de história mundial. O próximo capítulo leva o público até a Inquisição Espanhola no século 15, mas a plataforma em questão é o cinema.

Entre tantos saltos que os personagens principais dos jogos dão em suas jornadas, o mais audacioso leva o universo criado pela empresa Ubisoft para as telonas com Assassin’s Creed, que acaba de chegar às salas brasileiras após recepção morna nos Estados Unidos no fim do ano passado. A passagem entre mídias ainda parece um terreno difícil de se trabalhar e o diretor Justin Kurzel (da recente e intensa versão de Macbeth: Ambição e Guerra, de 2015) aceitou o desafio, mesmo que ainda não tenha apresentado aquele que seja capaz de abrir um mar de sucesso para o gênero gamer na sétima arte.

Na tela, o problemático Callum Lynch (o talentoso Michael Fassbender) consegue sobrevida ao ser ‘convocado’ para fazer parte de projeto futurista que faz com que sua mente se conecte com a de seu antepassado, um guerreiro espanhol integrante de grupo de assassinos milenares que luta contra a comunidade dos Templários. O credo desses assassinos é proteger o livre-arbítrio e a liberdade dos povos, colocando à prova suas incríveis habilidades de luta e parkour.

É preciso deixar claro que apesar de todas as referências – e reverências, como em cena na qual alguns dos vários protagonistas dos jogos aparecem ao redor do ator principal – feitas ao game, o longa-metragem tem vida própria e não é preciso nenhum conhecimento prévio. A aposta do filme é tentar criar trama ambientada na atualidade que seja tão interessante quanto às ótimas cenas de ação mostradas nas viagens mentais de Callum ao passado. As discussões sobre origens e curas para a violência não despertam intriga o bastante para segurar a atenção do público, assim como a não existência de um vilão chamativo seja sentida.

Este Assassin’s Creed tem como resultado ser audacioso em momentos feitos especialmente para as telonas, explorar o sentimento por trás da história central da franquia e errar em detalhes juvenis (com furos no desenvolvimento da jornada que qualquer cinéfilo não deve perdoar).




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