Marinheiros de carteirinha

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Marcela Munhoz

 Dos 381.694 viajantes que vão embarcar na próxima temporada de cruzeiros no Brasil, grande parte, certamente, já experimentou a sensação alguma vez na vida. É que existe entre os cruzeiristas a ideia de que se gostou da primeira viagem, sempre vai querer mais. Para os defensores deste tipo de roteiro, as vantagens são infinitas. A começar pelo custo-benefício, passando pela variedade de portos e destinos que podem ser conhecidos na mesma rota, a programação intensa de atividades dentro do barco, a praticidade de ter tudo no mesmo lugar, a chance de conhecer pessoas de diversas partes do mundo e a possibilidade de curtir as férias ‘de pernas para o ar’.

Leia abaixo o depoimento da andreense Eliane Maki, 44 anos. Ela vai para o seu 19º nono cruzeiro, isso mesmo: 19º! E, claro, já fechou pacote para o próximo. “Normalmente, faço dois por ano e, em 2017, vou no MSC Música, que vai fazer o Prata (Argentina, Punta e Montevidéu) por sete noites. Já conclui esse roteiro com a Costa, vamos ver como será com a MSC. Meu objetivo é poder fazer o cruzeiro de volta ao mundo, que dura cerca de três meses. Quem sabe um dia?”


“Minha primeira aventura em alto-mar foi em 2007. Um amigo do meu tio desistiu da viagem e ele colocou meu nome no lugar. Fiquei sabendo na semana da viagem. Ele já tinha me convidado, mas nunca quis, achava que nunca teria essa experiência. Quem diria? Já fiz vários roteiros no Brasil, minicruzeiros de três, quatro a sete noites por lugares como Santos, Búzios e Nordeste. Fui de navio para Argentina, Punta Del’ Este e Montevidéu.

Posso riscar da minha lista também as grandes travessias até Portugal, Espanha e França, antes da chegada na Itália, além da travessia de vinda da França – Brasil, em 2014, que foi a melhor até agora. Fui de aéreo até Marselha (França), onde foi o ponto de partida do navio e o roteiro foi incrível: Gênova (Itália), Cartagena (Espanha), Málaga (Espanha), Casablanca (Marrocos), Tenerife (Ilha Canárias). Após cinco dias de navegação, chegamos em Fortaleza, Salvador, Búzios, Rio de Janeiro e Santos, onde desembarcamos. Gostei mais da travessia de vinda para o Brasil porque não precisei me preocupar com as malas, ganhei horas por causa do fuso e, quanto mais próximo do Brasil, mais calor faz e as pessoas ficam mais felizes.

Já viajei com a MSC, Costa Cruzeiros e Royal Caribbean e cada uma tem qualidades. A MSC conta com a frota mais moderna e eles são expert no quesito animação. Não tem para ninguém. A Royal Caribbean, por outro lado, tem a melhor comida. A Costa também tem comida boa e os oficiais interagem o tempo todo com os passageiros, porém a frota é mais antiga. A verdade é que depende do estado de espírito na decisão de qual operadora escolher.

Dica para quem vai fazer cruzeiro pela primeira vez é optar pelo mini, para ver se não passa mal e depois ir aumentando os dias. Outro conselho é ler o jornal do navio para programar as atividades do dia e ir ao segundo turno do jantar, porque quando estamos parados para conhecer alguma cidade, temos mais tempo para voltar ao navio, descansar e se produzir.

Por que gosto tanto de cruzeiro? A atmosfera é boa. Além de compensar financeiramente, ser prático e lindo. Enche os olhos. Além disso, fiz muitos amigos nessas minhas temporadas em alto-mar, é realmente é um mundo à parte. Nestes 18 cruzeiros, repeti roteiros, mas sempre vou em navios diferentes. O que mais me importa é conhecer e curtir o navio. Os temáticos são legais, mas não dá para comparar a um normal.”




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