Sobre grandes encontros

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Marcela Munhoz

Anestesiada. Foi assim que me senti quando subiram os letreiros finais da cinebiografia Elis Regina. Demorou um tempo para entender o que tinha acabado de acontecer ali, naquela salinha da distribuidora do longa, em São Paulo. Óbvio que já saí da Redação sabendo que história fraca eu não iria encontrar. Também pudera: a combinação de Elis mais Regina sempre foi explosiva. Mas a obra do diretor Hugo Prata, que estreia dia 24 de novembro, é verdadeiro vulcão em erupção. E a ‘culpa’ da lava ferver durante as quase duas horas de exibição também tem nome e sobrenome: Andréia Horta. Aliás, foi o encontro da dupla Elis e Andréia que me fez insistir tanto em lutar para tê-la na capa de novembro desta Dia-a-Dia, agora em suas mãos.

A agenda da atriz mineira está absolutamente lotada. Conseguir uma brecha foi missão quase impossível. Mas deu certo. Andréia – que, no início dos anos 2000, chegou a morar com o pai em São Caetano e participou do processo de montagem da peça Crime e Castigo, na Escola Livre de Teatro, em Santo André – encarna a Pimentinha com uma destreza, verdade e semelhança impressionantes. O choque foi grande até para mim, que nasci um ano após a morte da cantora (ela se foi aos 36 anos, em 1982). Assim como a própria Andréia. Os trejeitos, a respiração, o olhar, o sorriso e a personalidade marcantes de Elis estão também na atriz. Isso nas telonas e na vida real. As duas são parecidas na determinação de lutar pelo que acreditam e na intensidade com que fazem as coisas. “Foi justamente por isso que vivi esse personagem, porque fui atrás dele, lutei por ele. Não veio por coincidência, mas por muita vontade mesmo!, revela Horta.

Outro encontro marcante retratado nesta edição é entre Kat e Heloísa. Este, daqueles inexplicavelmente explicáveis, sabe? Quem acredita em destino e missão na Terra vai entender que as duas tinham que viver juntas nesta vida, mesmo que por pouco tempo. Kat morreu aos 13 anos, mas sua história está eternizada em Pequeno Segredo, que entra em cartaz dia 10 de novembro. Heloísa contou para a equipe de reportagem o quanto está feliz em homenagear a filha adotiva nos cinemas. Ah, se ganhar um Oscar, então. Vamos torcer.

Antes de chegar às páginas finais desta edição você ainda vai saber um pouco mais sobre o encontro do cantor Falcão com a sétima arte. Ele está no elenco de O Shaolin do Sertão. Acompanhamos também a 42ª edição da São Paulo Fashion Week e fizemos questão de comemorar junto os 500 anos da cachaça no Brasil. Tem muita coisa boa na sequência.

 

Marcela Munhoz
marcelamunhoz@dgabc.com.br




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