Fantasmas na cama

Envie para um(a) amigo(a) Imprimir Comentar A- A A+

Compartilhe:

Laura Müller

Foto: Sxc
Laura Müller afirma: "Muitas vezes a gente não consegue ir para a cama com foco no que está rolando". Foto: Sxc

Muitas vezes a gente não consegue ir para a cama com foco no que está rolando no momento: na troca de carícias, no clima de erotismo e de sedução, no envolvimento amoroso e sexual em si. A cabeça está longe. Às vezes, pode estar voltada à dificuldade que rolou na última transa. Ou mais distante ainda, lá no passado. E em circunstâncias não tão agradáveis assim.

Isso pode ocorrer até sem a gente perceber: o pensamento voa e nem se sabe como foi parar lá. O problema é que na hora H isso pode trazer uma complicação danada. E atrapalhar todo o prazer daquela relação: o desejo pode ir embora, a excitação pode não vir como deveria e o orgasmo, obviamente, não chegar de jeito nenhum.
Fazer o quê? Ah, muita coisa. A primeira delas é tentar investigar melhor que fantasmas são esses que rondam a sua cabeça e as suas emoções bem na hora da transa. De onde vêm? E por que são tão poderosos?

Olhar para isso é um jeito de lidar melhor com essas questões. E dá para adiantar aqui alguns pontos a levar em conta: ninguém é perfeito. Nem na cama nem fora dela. Isso significa que:

1. Todo mundo pode falhar, isso é natural. E aqui incluo falhas de ereção, na ejaculação, no orgasmo e em tudo o mais. Isso pode fazer parte da vida sexual de qualquer pessoa.

2. Ficar se preocupando demais quando não conseguiu uma vez ou outra é que não é saudável: isso gera fantasmas enormes que podem trazer mais frustrações.

3. As experiências sexuais nem sempre saem como planejamos. Muitas vezes, a gente queria que acontecesse de um jeito, e milhões de coisas atrapalham e tudo foge do programado. É assim mesmo.

4. Há casos mais sérios em que a pessoa viveu uma experiência complexa, muito dolorida física e emocionalmente, e que pode deixar marcas profundas, como um abuso sexual. Esse fantasma é gigantesco e a situação, delicada. Aqui é o caso de buscar a ajuda de um psicólogo para lidar com a questão.

Os próximos passos? Tentar focar o máximo no que você estiver vivendo naquele momento, na cama. Cada situação é única. Concentre-se nela. Sinta o que está agradando a você e a quem está ao seu lado. Capriche nisso. Perceba também o que não gosta, e deixe isso para lá. Sexo é um eterno jogo de descobertas, aprendizados, experimentações. Viva isso intensamente. O prazer só tem a ganhar.

E os fantasmas que tanto incomodam? Eles vão embora quando a gente começa a entender que o mais bacana é viver um dia de cada vez. Como está o clima de vocês para o sexo hoje? Há desejo? Então, pode ser bacana. Não há? Aí talvez seja o caso de deixar para outra hora.

Estou falando aqui de fazer as coisas quando se está realmente a fim. Assim fica infinitamente mais fácil se concentrar no prazer. Seu orgasmo agradece. Experimente.




Diário do Grande ABC. Copyright © 1991- 2024. Todos os direitos reservados