Abram alas para a folia

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Heloisa Cestari

Fotos: Divulgação
A um mês da maior festa popular do País, quase todas as cidades já estão com fantasias prontas. Foto: Divulgação

Bonecos gigantes, trios elétricos, bumba meu boi e muita, muita irreverência. Embora Rio e São Paulo roubem os holofotes das coberturas televisivas para os desfiles de Carnaval nos sambódromos, é no Nordeste que a farra momesca revela seu lado mais popular, democrático e eclético, arrastando milhares de foliões pelas ruas com uma mistura de ritmos e tradições folclóricas de fazer inveja ao samba de muito crioulo doido.

A um mês da maior festa popular do País, quase todas as cidades já estão com fantasias prontas, programação confirmada e versos na ponta da língua, seja ao som de samba, frevo, axé, maracatu ou das saudosas marchinhas. Confira a seguir as novidades de cada reduto da Folia.


SALVADOR

Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu. A máxima de Caetano Veloso ainda prevalece para os 2 milhões de foliões, entre baianos e turistas, que fazem os circuitos soteropolitanos explodirem de alegria. Afinal, quem pode resistir ao apelo de Claudia Leitte, à energia de Ivete Sangalo, à força de Daniela Mercury e ao ritmo contagiante de Chiclete com Banana? Não bastassem as musas do axé, o Carnaval da capital baiana contará com atrações internacionais como Ricky Martin e o DJ David Guetta, que se apresenta na noite do dia 8 à frente do Bloco Salvador, Só Pra Ficar – mesmo trio elétrico que trará Ivete Sangalo no dia 4.
Outra novidade é a dupla sertaneja Jorge & Mateus, que comandará o Bloco Pirraça no dia 6. Os preços dos abadás variam de R$ 80 (Me Ama, no dia 6) a R$ 1.000 (Ivete no Cerveja e Cia VIP).


OLINDA

Pensar em Olinda sem lembrar dos democráticos desfiles de bonecos gigantes é tarefa praticamente impossível. A cidade é sinônimo de Carnaval. Ao contrário de outros municípios, lá não há escolas de samba, concursos e muito menos cordões de isolamento. Quem faz a festa é o povo, que organiza blocos com fantasias irreverentes e esbanja energia no sobe e desce das ladeiras, sempre embalado pelo frevo ou pelo som dos tambores em danças tradicionais como maracatu, caboclinho e bumba meu boi.

Os blocos e as bandas não têm hora para sair às ruas. As agremiações arrastam milhares de foliões, que não pagam qualquer taxa para brincar e custeiam as próprias fantasias. As únicas pessoas que parecem preocupar-se com os horários são o Homem da Meia-noite e a Mulher do Meio-dia. A programação dos maracatus está no site www.carnaval.olinda.pe.gov.br.


RECIFE


Pensou em Carnaval na capital pernambucana, lembrou do Galo da Madrugada. Neste ano, o mais famoso bloco de Recife ganhará as ruas no dia 5 arrastando cerca de 1,5 milhão de foliões desde a Travessa do Forte até a Rua do Sol, na Praça da República.

O tema homenageia os conterrâneos que estão longe, mas não esquecem da animação de sua terra natal. Para isso, o Galo tomou emprestado o título da canção do pernambucano Luiz Bandeira: Voltei, Recife!. “Os que amam o Carnaval daqui querem mesmo, como diz a música, é sentir a embriaguez do frevo, que entra na cabeça, depois toma o corpo e acaba no pé. Assim vai ser no dia 5 de março”, aposta o presidente da agremiação, Rômulo Meneses.

Os desfiles serão realizados no dia 5, das 9h às 17h. Na segunda, haverá o Encontro de Gigantes entre bonecos de Olinda e o Galo, das 9h às 12h. E na terça, será a vez do infantil Pinto da Madrugada (10h às 13h), seguido dos blocos do Cacique (14h às 16h), das Ilusões (17h às 21h) e do Encontro de Blocos Líricos (15h às 17h).


CEARÁ

Se perde para as capitais vizinhas no quesito tradição, a Folia em Fortaleza ganha em tempo de duração. A festa do Réveillon abriu alas para o pré-Carnaval e a diversão se estende até os dias de Momo. Boa parte dos mais de 80 blocos de rua começou a esquentar os tamborins em janeiro, com bandinhas de sopros, metais e percussão. Nos bares, barracões, praças e ruas, ouve-se de tudo: samba, forró, xote, baião, maracatu e frevo.

E neste ano a festa  promete ganhar fôlego extra com a criação de dois polos especiais para sediar o encontro dos blocos do Centro e da Praia de Iracema, bairros de convergência da maior parte dos foliões. Na Praça do Ferreira, o anfitrião é o bloco Concentra Mas Não Sai, que reúne 20 mil pessoas em cada um dos cinco sábados que antecedem o Carnaval.

Já o Aterrinho da Praia de Iracema é parada final dos blocos da orla marítima, que fazem prévia da Folia em quatro sábados consecutivos. O pré-Carnaval chega ao fim no dia 26 com show em homenagem ao compositor cearense Evaldo Gouveia.


SÃO LUÍS


No Maranhão, é o bumba meu boi  quem comanda a Folia popular, repleta de cores, blocos e manifestações folclóricas. O desfile das escolas de samba é disputado por 12 agremiações de São Luís e São José de Ribamar.

Blocos afro e tradicionais também fazem cortejos nas ruas do bairro histórico da Madre de Deus. Vestidos com roupas luxuosas, inspiradas nos trajes do tempo do Império, os foliões revelam ritmo próprio, caracterizado pela batida forte e cadenciada.

Outras atrações típicas do Carnaval maranhense são as tribos de índios – quando crianças e adolescentes simulam rituais de cura com vestimentas  indígenas – e  a Casinha da Roça, que reproduz uma casa coberta com palha, em cima de um caminhão. Dentro da casa, tocadores e coureiras dançam o tambor de crioula (espécie de samba de roda). E ainda dá para correr atrás do Boi Elétrico, cuja programação de shows ainda não foi definida. Haja energia...




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