Aliança com o esporte

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Raquel de Medeiros

Foto: Celso Luiz
Secretário Mauro Chekin tenta manter o bom humor mesmo em situações difíceis. Foto: Celso Luiz

A sala que abriga o escritório do secretário de Esporte e Turismo de São Caetano, Mauro Chekin, no bairro Osvaldo Cruz, tem como som ambiente as braçadas dos alunos de natação na piscina do centro esportivo da Pasta. Pela janela, ele se comunica com os atletas quando a chuva começa a cair lá fora: “Não é para ninguém sair da piscina”, diz, em tom de brincadeira.

Seja pelos bons resultados de São Caetano nos esportes ou pelo clima leve do lugar, o secretário parece conduzir a vida com bom-humor, até mesmo para lidar com assuntos não tão agradáveis. Há algumas semanas 720 atletas dos 986 contratados pela Prefeitura foram demitidos. “Necessitávamos dar uma repaginada, pois nossa máquina estava ultrapassada e com grande quantidade de profissionais. Foi melhor implodir para reconstruir”, explica. O secretário nega crise. “De maneira nenhuma, estamos fortes. Em breve vamos inaugurar o Centro de Detecção de Talentos visando as Olimpíadas de 2016, no Brasil e demais olimpíadas”, explica.

Chekin sempre esteve ligado ao esporte como se este fosse o fio condutor de sua trajetória. Por ele enfrentou até o fim do casamento com a primeira mulher, com quem tem uma filha, de 20 anos. “Eu trabalhava normalmente e, aos fins de semana, tinha de acompanhar campeonatos. Sempre tive a vida dedicada ao esporte. E ela não me aguentou.”

A recuperação da vida afetiva veio também do mesmo lugar aonde ele gosta de estar: o esporte. Chekin se casou pela segunda vez com a professora de Educação Física Maria Salete Meneguelo. “Agora, está tudo bem. Ela me acompanha e está sempre perto, me apoiando.” Os sábados e domingos dedicados ao trabalho, no entanto, continuam fazendo parte da vida de Chekin. “Quase não tenho tempo livre. Mas, quando dá, eu fujo para a minha chácara em Pedra Bela.” É ali que ele diz ter um pouco de tranquilidade na companhia dos três labradores. “Me divirto.”

A admiração de Mauro Chekin pelo esporte começou quando observou a paixão do pai pelo basquete. “Meu pai jogava por lazer e eu o acompanhava desde pequeno, até que abriu uma escolinha no Lauro Gomes e a gente começou aí”, revela o secretário, que tem mania de falar de si na terceira pessoa.

Aos dez anos, já competia em torneios oficiais. Chegou à seleção brasileira juvenil e só parou de jogar por causa de grave contusão no pé esquerdo. “Isso me obrigou a ficar oito meses parado. Sentia que não teria mais condição de treinar e achei que era hora de parar. Estava com 23 anos, e passei a trabalhar como técnico.”

A mudança ocorreu na década de 1980. Um pouco antes, em 1976, já formado e pós-graduado, entrou para a Prefeitura como professor de Educação Física.

Em 1990, foi convidado para coordenar a equipe de vôlei de São Caetano, onde Ana Moser era estrela. “A Prefeitura já me colocou até uma chapinha de patrimônio (risos).”

Há seis anos, trocou a parte operacional pela administrativa – o que, para Chekin, não é fácil. “Preferia estar na parte operacional do esporte do que na política. Lidar com os problemas dos munícipes não é fácil, e com políticos menos ainda. Alguns se vestem com um poder que não têm.”

Corajosamente, ele afirma que os dias de convivência com o esporte podem chegar ao fim. “Não quero achar que sou necessário quando não for mais. Chegará um momento em que a minha opinião não fará mais a diferença. Então, quando parar, vou me desligar do esporte de vez”, garante Chekin. “E vai conseguir?”, é questionado. “Ah, mas não vou deixar de acompanhá-lo de longe”, conclui.




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