Bienal não abre mão de ser Bienal

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Marcela Munhoz

 Você tem fome do que? A pergunta não se restringe ao significado literal da expressão. Tem gente que sente saciedade com bom prato de amor, generosa dose de dinheiro ou mesa lotada de livros. E é para este último público, faminto por novidades literárias, todo o esforço dos organizadores da 24ª edição da Feira Internacional do Livro, que acontece entre os dias 26 de agosto e 4 de setembro no Pavilhão do Anhembi, em São Paulo.

Os corredores das editoras estrategicamente posicionados – e mais largos este ano – devem testemunhar passar por ali mais de 700 mil pessoas. Meta a ser batida mesmo com a crise e com o aumento dos ingressos, que subiram para R$ 20 ou R$ 25 no sábado e domingo (em 2014, eram de R$ 12 a R$ 14).

“Enfrentamos uma das maiores crises que o País já viveu, mas estamos otimistas. As editoras e nós nos preparamos. No primeiro fim de semana de vendas on-line, milhares garantiram o ingresso. Além disso, mais da metade do público ou não paga ou tem direito a meia entrada”, pondera o presidente a Câmara Brasileira do Livro, Luiz Antônio Torelli. O investimento global no evento foi de pouco mais de R$ 30 milhões, sendo que foi autorizado a captar R$ 9 milhões pela Lei Rouanet. Até agora, se conseguiu pouco mais de R$ 4 milhões, informa o presidente da CBL.

Fato é que mais de 200 marcas e 300 autores confirmaram presença no evento, cujo tema é História em Todos os Sentidos. Foram preparados 12 espaços que, além do habitual, vão sediar atividades como apresentações artísticas, bate-papos, debates, o passo a passo de pratos feitos por chefs internacionais no Cozinhando com Palavras e, como destaque, a valorização do cordel e do repente, que ganharam agenda específica.

O foco dos organizadores, porém, está no espaço infantil Mauricio de Sousa. “A Bienal é, para muitos, a chance do primeiro contato com a literatura. Queremos que todos saiam motivados a visitar livrarias, bibliotecas”, diz Torelli. Ele grifa números preocupantes da última pesquisa Retrato da Leitura no Brasil, anunciada em maio. Segundo o resultado, 30% dos entrevistados nunca comprou um livro. Parte dos estúdios do Mauricio de Sousa vai se ‘mudar’ para a Bienal. Quem passar por lá, terá a chance de criar sua própria HQ (por R$ 39,90).

OS AUTORES
Os encontros com os autores movimentam a feira. Devem passar pela 24ª edição, os internacionais Lucinda Riley, Ava Dellaira, Marian Keyes, Megan Maxwell e Jennifer Niven. Entre os brasileiros, estão Ari Toledo, Leisa Rayven, Padre Marcelo, Larrisa Manoela, Paula Pimenta, Talita Rebouças, Rafael Vitti, e Manu Gavassi. Além, claro, dos YouTubers Kéfera Buchmann, Jout Jout, PC Siqueira, ManyCandy e Chris Melo. Não saiu confirmação oficial dos autores da região, porém, se sabe que Alex Mir, Danilo Meana e o ilustrador Gilmar estarão.

Para organizar a multidão que se acumula na Arena de Autógrafos, as senhas serão retiradas previamente respeitando o número de autógrafos que cada autor vai oferecer. Mário Sérgio Cortella e o filósofo Luiz Felipe Pondé, por exemplo, terão 350 senhas. “A partir do dia 1º serão distribuídas senhas eletrônicas no www.bienaldolivrosp.com.br”, explica Paulo Otávio de Almeida, da Reed Exhibitions, empresa responsável pela logística do evento. Almeida também recomenda o aplicativo da Bienal, disponível no site. “Tudo vai se concentrar lá.” Que venha o banquete literário.




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