Limite da honra

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Vanessa Soares

Ela já foi Letícia, professora Margarida, Lurdinha, Surya, Tati, Bianca, Estela, Maria de Lurdes, Ana Terra, Clara, Kátia, Tati outra vez, Ana, entre outras. De mocinha a vilã, da ninfeta à índia, se revelou em diversos papéis uma artista pronta para topar qualquer parada, independentemente do tamanho do desafio. Cleo Pires Ayrosa Galvão, 33 anos, gosta de testar seus limites e de descobrir, dia após dia, que é mais forte do que imagina.

Nascida no Rio de Janeiro, a libriana não tem medo de trabalho. Atualmente está no ar como Tamara, corredora de fórmula picape apaixonada por velocidade, em Haja Coração, novela das 19h, da Rede Globo. Nos cinemas representa Viviane na cinebiografia Mais Forte Que o Mundo – A História de José Aldo, de Afonso Poyart. Decidida a dar vida à ex-lutadora, a morena não mediu esforços. Procurou o diretor após ler o roteiro e ganhou o papel.

E não para por aí. Ainda neste ano estreia também a série da Globo SuperMax, que conta a história de 12 participantes que entram para um reality show que se passa em uma prisão de segurança máxima na Amazônia. A personagem de Cleo – ainda sem nome divulgado – é um dos 12 escolhidos. Para dar vida a ela, a carioca precisou mexer no visual e aparecerá na telinha com dreadlocks no cabelo.

Todas essas personagens, cada uma à sua maneira, têm em comum com a atriz que lhes dá vida o gosto pela aventura. “Adoro adrenalina. Carro, moto, luta, helicóptero, armas. Então para mim esta sendo uma delícia. Para viver a Vivi fiz preparação com a Fátima Toledo e aulas de muay thai com o Gaze. Para viver a Tamara li bastante e vi filmes.”

Quem vê a atriz encarando tantos desafios não imagina o caminho que ela percorreu até se convencer de que nasceu para a profissão. Sua primeira aparição na telinha foi em 1994, em uma participação especial em Memorial de Maria Moura, quando tinha apenas 11 anos. Viveu a própria protagonista na infância, personagem que na fase adulta foi representada por Gloria Pires. Apesar de ser filha de uma atriz consagrada, Cleo afirma que nunca teve medo de ser comparada. Muito pelo contrário. “Tenho muito orgulho de ser filha de quem sou”, afirma.

Depois da minissérie, voltou a atuar mais de dez anos depois em Benjamim (2004), filme de Monique Gardenberg baseado no livro homônimo de Chico Buarque. “A Monique me convidou para fazer o filme. No começo eu resisti, pois não me considerava atriz, mas ela acabou me convencendo e depois dali não parei mais. Agradeço a ela todos os dias.”

Muito presente tanto na televisão como no cinema, Cleo deixa claro que o que ama mesmo é trabalhar. “Gosto dos dois ambientes (cinema e televisão). No cinema acabamos nos envolvendo mais, por ser mais curto e mais intenso, mas amo fazer novela também”, declara. E apesar de tamanha diversidade entre suas personagens, a atriz não tem nenhuma queridinha e garante que todas tiveram uma grande importância em seu crescimento. “Cada um me marcou em uma fase da minha vida e guardo todos com muito carinho.”

Ganhou reconhecimento nacional quando viveu a ninfeta Lurdinha, em América, em 2005, folhetim das 20h também na Globo. Na trama, a personagem seduzia o pai de uma amiga, vivido por Edson Celulari. O papel lhe rendeu o título de mulher mais sexy do Brasil pela revista Isto é Gente. Em 2010, ela voltou aparecer na lista da revista entre as 25 brasileiras com mais sexyappeal. Além disso, foi capa da edição especial de 35 anos da revista Playboy, em agosto de 2010, e, na época, foi recorde de vendas dos últimos cinco anos, com cerca de 700 mil exemplares vendidos. Em Cami­nho das Índias, em 2009, teve a chance de mostrar uma nova faceta como atriz, dando vida a Surya, sua primeira vilã.

Dona de uma personalidade forte, quem vê Cleo encarar tantos personagens desafiadores não imagina que é inibida. No entanto, ela garante que essa característica não influencia em nada sua carreira. “Minha timidez vem de dentro para fora, não tem a ver com as pessoas à minha volta. Venho trabalhando isso e estou melhor a cada dia. Quando estou atuando ela não existe.”

INTIMIDADE

Fruto de um relacionamento entre a mãe e o cantor Fábio Júnior, a relação com o pai biológico, no entanto, foi bem conturbada durante anos. Por esse motivo, Cleo considera o músico Orlando Moraes, com quem Glória é casada desde 1987, também como seu pai. Atualmente o convívio com Fábio Júnior é de total serenidade. Após reconciliação que aconteceu no começo do ano passado e teve a contribuição do meio-irmão, o também cantor Fiuk, Cleo fez uma participação especial no álbum mais recente do pai, Fábio Júnior, na canção Sempre que Estamos Juntos, escrita para ela. Além disso, eles contracenaram no filme Qualquer Gato Vira Lata 2, no qual Fábio vive o pai de Tati, nome da personagem da atriz. Muito reservada em sua vida pessoal, a morena está solteira. Após um relacionamento de três anos com o também ator Rômulo Arantes Neto, com o qual a atriz chegou a dividir um apartamento no Rio de Janeiro, o namoro chegou ao fim em fevereiro deste ano.

Mesmo envolvida com as gravações de Haja Coração, Cleo toca outros projetos paralelamente. Entre eles está seu site oficial www.cleopires.com, lançado no fim do mês passado. Além disso, está engajada em projetos sociais como o Cidade das Águas, que desenvolve em parceria com a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), que tem como objetivo conscientizar sobre a importância dos recursos hídricos no Brasil e no mundo, promovendo um melhor aproveitamento da água.

A primeira etapa foi realizada em Cabo Verde, na África, e três escolas foram beneficiadas e receberam água potável em suas instalações. “Agora estamos entrando na segunda etapa do projeto. Pretendo ajudar o maior número possível de pessoas. Adoro me envolver em causas para ajudar os mais necessitados, porém meu objetivo é dar educação e cultura, pois só assim vamos evoluir como seres humanos”, explica.

Ela também é madrinha do Toca da Onça, que busca arrecadar R$ 500 mil para devolver os felinos que vivem em cativeiro ao seu habitat natural. A palavra ‘descanso’, pelo visto, não faz mesmo parte de seu vocabulário.




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