Elegante, educado e repleto de arranjos. Como não poderia ser diferente, é assim a música apresentada por Heraldo do Monte em seu novo trabalho. Nome que dispensa comentários quando nos referimos à música popular brasileira e de suma importância no cenário instrumental internacional, o multi-instrumentista coloca nas prateleiras o 15º disco de sua carreira.
Com título que leva seu nome (Biscoito Fino, R$ 24,90, em média), o trabalho chega às prateleiras ilustrado por nove composições. A obra, que nasceu no Recife, tem como mestre de cerimônias a viola caipira do artista. Ele a usa para fazer dançar notas certeiras e suaves em temas como a delicada faixa Pra Lurdes.
Aos 81 anos, completados no dia 1º, Heraldo não poupa fôlego na nova empreitada e apresenta disco com diversos andamentos e experimentos nas cordas. O carro-chefe é o choro, ritmo admirado pelo artista desde criança e representado com maestria em composições como Torto, faixa que tem direito até a batucadas de pandeiro. Junto dessa linguagem musical, ele coloca sua paixão: a viola brasileira.
No disco o artista pernambucano é acompanhado por time refinado. Estão com ele os músicos Edmilson Capelupi (violão de sete cordas), Luís do Monte (violão de seis cordas), filho de Heraldo, e Cleber Almeida (percussão).
A calmaria se mistura com notas tensas na nada convencional Moreneide, um dos destaques do trabalho.
Além das canções autorais – são sete no total – o compositor abre espaço no repertório do álbum para apresentar duas releituras de grandes nomes da música nacional. Uma delas é Lamentos, pincelada do acervo de Pixinguinha e Vinicius de Moares. A outra é Doce de Coco, assinada pelo carioca Jacob do Bandolim. Para ambas Heraldo fez questão de preparar arranjos exclusivos.