Ela é unanimidade

Envie para um(a) amigo(a) Imprimir Comentar A- A A+

Compartilhe:

Miriam Gimenes

Que Nelson Rodrigues me desculpe, mas a unanimidade não é burra. Sim, porque duvido que há alguém que discorde de Neymar, que em entrevista recente elegeu Paolla Oliveira uma das mulheres mais bonitas do Brasil. Sua beleza é desconcertante e incontestável. Mas a ex-fisioterapeuta e agora atriz não é só mais um rostinho bonito na televisão. Há muito mostrou a que veio. “Seguir essa carreira foi natural”, relembra. Pois bem: em apenas 34 anos de idade recém-completados ela já fez quase dez novelas – e foi protagonista nas últimas três – , está em cartaz no longa Em Nome da Lei, em que contracena com Mateus Solano, e se prepara para estrelar a novela de Glória Perez (À Flor da Pele), que deve estrear em abril do ano que vem. Na trama, ela fará uma jovem policial.

Caroline Paola Oliveira da Silva –­ o segundo ‘l’ adotou há pouco no nome artístico para atrair mais sorte conciliava os estudos aos trabalhos na TV. Já foi assistente de palco do programa Passa ou Repassa, do SBT, atuou na novela Metamorphoses, da Record, até ir para a Globo, em 2005, onde fez Giovana Sabatini em Belíssima. De lá para cá sua carreira deslanchou. Mas é certo que o ponto alto da sua trajetória foi a garota de programa Danny Bond, da minissérie Felizes Para Sempre? (2015). Não bastasse a personagem ser polêmica, a cena em que apareceu de costas, usando apenas fio dental não só ‘quebrou a internet’ como a levou a ser comparada a Kim Kardashian e Scarlett Johansson. Não deu outra: no Carnaval havia até fantasias que ‘recriavam’ as suas curvas. “Este foi um trabalho incrível que tenho muito orgulho de ter participado. Claro que aquela cena teve uma grande repercussão, mas ela não ofuscou a importância da dramaturgia que a personagem pedia. Foi um trabalho feito com muita entrega minha e de toda equipe incrível com quem tive a sorte de trabalhar.”

Já no cinema, como ela pode ser vista agora, a personagem Alice é totalmente diferente de Danny. “O desafio de Em Nome da Lei era fazer alguém mais neutra, que não tivesse essa característica feminina muito forte, de abordá-la pelo lado do romance, que tem um peso menor na trama. Ela está ali por causa do juiz Vitor (Mateus Solano), tentando fazer o trabalho dela de forma correta. Eles compartilham dos mesmos objetivos e valores”, descreve. O longa mostra a vida do jovem juiz, ­cuja história é baseada em fatos reais, ­ que chega a uma pequena cidade da fronteira disposto a desmontar o esquema de contrabando e o tráfico de drogas que imperam na região, controlado pelo mafioso Gomez (Chico Diaz). Ele conta com a colaboração da procuradora de Justiça e da equipe do policial federal Elton (Eduardo Galvão), mas terá que arriscar a própria vida e a dos demais para desbaratar uma organização que opera há décadas na região com a conivência do poder público.

Embora as gravações tenham tido início em 2012, o filme é incrivelmente atual, até por conta do juíz em questão. Questionada se ela acredita que o público achará que o filme retrata a situação do País, Paolla pondera. “É importante ressaltar que o longa é uma ficção baseada na trajetória do juiz Odilon de Oliveira, que ficou conhecido nacionalmente por sua atenção na fronteira do Brasil com Paraguai. Acho natural que com tudo que está acontecendo as pessoas acabem fazendo uma associação ao trabalho da Polícia Federal, Ministério Público e do juiz Sérgio Moro. A lei e Justiça caminham juntas e essa é uma reflexão do filme, que tem a Justiça como grande protagonista.”

Para se preparar para a personagem, ela procurou um promotor do Rio, com quem reuniu informações necessárias para fazer nascer sua Alice. “Queria entender melhor essa relação de subordinação entre os profissionais do Judiciário e como eles se comportavam dentro do fórum. Também fui buscar referências em filmes sobre a fronteira, guerra contra o narcotráfico e gângsteres, todos sugeridos por Sérgio (Rezende, diretor do filme).” A trama, além de lhe dar a oportunidade de conhecer um campo desconhecido até então, também proporcionou contracenar novamente com Solano, já que interpretaram os irmãos Paloma e Félix em Amor à Vida. “Foi muito bom nos reencontrarmos tanto tempo depois da novela. O engraçado é que, na TV, ele tinha um personagem quase cômico; e no filme ele está num personagem tão sério. Como interpretamos irmãos durante meses na novela, eu entrei no set ainda me sentindo um pouco irmã do Mateus, e ele lá, fazendo o Vitor, um personagem seríssimo. E eu me perguntava: ‘Meu Deus, cadê o Félix da novela?’, brinca.

Este é o décimo filme de Paolla. E a sétima arte é uma de suas grandes paixões. “Sou curiosa, inquieta, quero experimentar, aprender, ter a oportunidade de trabalhar com outros profissionais, descobrir novos recursos de atuação. Tenho esse desejo de fazer mais filmes, no entanto, não separo cinema e TV, acredito que os dois trabalhos me completam como pessoa e profissional.” Ela quer, no entanto, fazer agora escolhas não tão populares como as que tem feito na TV. “Quero papéis diferentes”, pede. Fugir do estereótipo da eterna mocinha parece ser uma de suas aspirações.

NA INTIMIDADE

Embora seja uma pessoa extremamente discreta, por diversas vezes a sua vida pessoal se viu exposta na internet e redes sociais. Críticas às suas personagens, comentários sobre a sua forma física, especulações sobre seus relacionamentos – inclusive quando iniciou o romance com o ator Joaquim Lopes, que havia acabado de casar e se separar de Thaís Ferçoza e, mais recentemente, sobre seu namoro com o diretor Rogério Gomes, o Papinha ­, entre outros assuntos, tudo o que ela faz vira notícia. Mas, com o tempo, Paolla aprendeu a lidar com isso. “Eu gosto (de redes sociais), me divirto e adoro a relação que se cria com as pessoas que te admiram. Mas não tenho todas as redes. Cada hora aparece uma nova! Gosto muito do Instagram.” Só o seu perfil @paolaoliveira5 nesta última rede social reúne 3 milhões de seguidores.

Pudera. Os chamarizes não são poucos. Sim, porque além de todos os predicados já descritos, Paolla dança e muito bem. Já foi rainha de bateria da Grande Rio e venceu a Dança dos Famosos, em 2009. Ainda assim, não pretende voltar à Sapucaí tão cedo. “Amo samba! Q



Diário do Grande ABC. Copyright © 1991- 2024. Todos os direitos reservados