Sustentabilidade

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Alessandra Nunes

As mudanças no estilo de vida e o vertiginoso crescimento populacional aumentaram a demanda por recursos naturais e, com isso, vieram os impactos negativos ao meio ambiente, tornando-os a cada dia mais escassos. Um dos maiores impactos ambientais está relacionado com a alimentação, envolvendo o desperdício de alimentos e recursos utilizados no sistema de produção, distribuição ou transporte dos mesmos, incluindo a água, energia elétrica, mão de obra e produtos químicos.

Em 2013, a FAO?(Food and Agriculture Organization) relatou que, anualmente, são jogados fora cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos no mundo todo. Os que mais são desperdiçados são os hortifrúti. Muito desperdício ainda se deve à cultura de que aproveitar a totalidade do alimento, como as cascas e os bagaços, é sinô­nimo de pobreza. Ledo engano! O chique agora é reciclar e, – por que não? –, fazer isso também com os alimentos?

Pensando em termos nutricionais, a maior riqueza de alguns alimentos está justamente nas partes que são jogadas fora. O aproveitamento integral de alimentos minimiza os resíduos orgânicos produzidos pela alimentação e proporciona menos impacto não só no ambiente, mas também na sociedade e na economia. Essa ação envolve o uso de talos e folhas de hortaliças, cascas de frutas e legumes, incluindo os bagaços. Com criatividade podemos fazer as mais diversas receitas, tanto doces como salgadas, e agradar aos paladares mais exigentes.

Vamos reciclar? Comece fazendo uma compra inteligente. Mesmo sem tempo, é melhor comprar somente os alimentos que serão consumidos na semana. Para aumentar a vida útil, armazene a comida de maneira adequada e, ao primeiro sinal que o alimento está prestes a se deteriorar, use-o na sua totalidade. O que fazer com as partes “não convencionais”? Os talos de hortaliças são ricos em fibras e vi­taminas, podem ser aproveitados em sucos, como recheios de patês, tortas, temperos, omeletes e molhos para massas. Exemplos:

Folhas da cenoura – ricas em betacaroteno (precursor da vitamina A), fica perfeito para dar liga às massas de bolinhos ou como temperos (o gosto é bem parecido com a salsinha). Extremamente diurético, pode ser usado também para chás.

Casca de melancia (parte branca) e casca da banana – podem ser usadas para fazer doce.

Casca de laranja – pode ser caramelizada com açúcar orgânico e ser utilizada em compotas, nas bases de biscoitos ou simplesmente como um acompanhamento charmoso do cafezinho.

Cascas de batata, mandioquinha, beterraba, nabo e cenoura – assadas em forno bem alto ficam ótimas como aperitivos (adicione sal light ou sal do Himalaia após estarem prontas).

Maracujá (parte branca) – compotas e geleias.

Casca do abacaxi e goiaba – servem para fazer sucos que podem ser usados para substituir os ingredientes líquidos de bolos. Faça o teste e se surpreenda!




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