Nossa Vila

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Vinícius Castelli

Sossego, ar puro, canto de pássaros, Mata Atlântica, trilhas, nascentes, prédios históricos, artesanato, comida e muita história. No Grande ABC há tudo isso e no mesmo espaço. Onde? Em Santo André. É a Vila de Paranapiacaba, que fica a cerca de 30 quilômetros do Centro da cidade. Construída por uma companhia inglesa no fim do século 19, e considerada patrimônio histórico nacional, Paranapiacaba é opção de passeio de um dia, fins de semana ou mesmo de um feriado prolongado. Esqueça o carro em algum lugar e se prepare para rodar. Caminhar pelas ruas e ruelas da vila é a melhor forma de conhecer o espaço, que reúne diversos encantos e muito charme. As casas de alvenaria que abrigaram trabalhadores da ferrovia que ligava Santos a Jundiaí são bons exemplos.

A visita pode começar na igreja Bom Jesus de Paranapiacaba, que data do século 19 e fica na Parte Alta da vila. De lá, boa visão da Parte Baixa pode ser apreciada. Um viaduto oferece passagem de um lado ao outro, sobre os trilhos do trem. Vale a pena uma parada para fotografar e apreciar a torre do relógio, que chegou da Inglaterra em 1901 e é um dos pontos turísticos mais importantes do lugar.

Outro local que merece ser visto é o Pau da Missa, um eucalipto com mais de 100 anos. A população utilizava seu tronco para fixar informações de interesse da comunidade. Hoje, é personagem de uma lenda sobre um padre enterrado dentro do tronco. E não dá para visitar Paranapiacaba sem contemplar uma das suas principais características, principalmente em meses mais frios: a neblina. Romântica para uns, assustadora para outros.

Do alto de uma montanha impera o Museu do Castelo. A construção, de 1867, era casa do engenheiro-chefe da estação ferroviária. De lá, ele podia ver como estava sendo feito o trabalho pelos operários. Hoje abriga objetos antigos e serve de espaço para contação de histórias da vila.

Há também o campo do Serrano Atletic Club, fundado em 1903 e que recebeu entre seus visitantes Charles Miller. Datada de 1930, a casa conhecida como Clube União Lyra Serrano é outro ponto turístico mais do que obrigatório. Para quem gosta de trem, há um curto passeio em locomotiva a vapor inglesa de 1867. Também é opção o Museu Funicular (R$ 5), com objetos antigos usados pelos ferroviários e vagões da época do Império.

RESTAURO
Ao longo do passeio, o visitante poderá ver diversos locais que passam por restauração. Casas, a estação de trem e estabelecimentos comerciais serão reparados por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Cidades Históricas, programa do governo federal, que disponibilizou R$ 41 milhões.

Segundo Ricardo Di Giorgio, secretário de Gestão de Recursos Naturais de Paranapiacaba e Parque Andreense, já foi feito o restauro da fachada do prédio da biblioteca. “A garagem das locomotivas e os demais galpões estão no processo, assim como conjunto de seis casas na vila Martin Smith”, diz ele.

Mergulho na natureza é opção na vila
Como não bastasse mergulhar em parte da história brasileira, a região de Paranapiacaba é atração para quem quer se desligar de barulhos urbanos e entrar, literalmente, na natureza. Ilustrado por nascentes, cachoeiras e muita Mata Atlântica, o local tem passeios interessantes.

O Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba oferece ao visitante seis opções de trilha. Bromélias, cedros e orquídeas são algumas das espécies que embelezam o passeio e servem de palco para, quem sabe, o visitante avistar beija-flores, pica-paus e tangarás, entre outras aves. É possível, no mesmo local, visitar as nascentes do Rio Grande, que é o principal formador da Represa Billings. As trilhas são feitas apenas com monitores cadastrados pela Prefeitura de Santo André. Os valores devem ser consultados diretamente com os profissionais.

Para quem quiser mais informações, há o Centro de Visitantes (Rua Direita, 371, Tel.: 4439-0321). Além de tirar dúvidas, é possível ver exposição de sementes, madeiras, ninhos de pássaros e um aquário com peixes da região. O horário de funcionamento do parque e do centro é das 9h às 16h. Segundo o monitor Osmar Losano, 55 anos, da Losano Bio Aventura, a Mata Atlântica é ótimo exemplo de quantidade de biomas, “possibilitando integração total com a natureza, melhorando o nível de percepção de vida de cada pessoa.”

Segundo o profissional, qualquer um pode desfrutar das belezas naturais. “Existem trilhas que possibilitam o acesso para todas as pessoas, de trilhas fáceis a trilhas de aventura, com elevado grau de dificuldade”, afirma o monitor. Em Paranapiacaba, no período colonial, funcionava também rota que servia para transportar sal e hoje é a estrela de atração batizada de Caminho do Sal, parceria entre as prefeituras de Santo André, São Bernardo e Mogi das Cruzes.

No total, são 53 quilômetros de passeio gratuito, que podem ser percorridos na caminhada ou bicicleta. Para quem não puder fazer o trajeto todo, há uma divisão. Os que saem de Paranapiacaba visitam a trilha Caminho dos Carvoeiros, que soma dez quilômetros. Com saída na Parte Baixa, basta seguir a placas. O passeio é gratuito.
Caminhos do Sal ainda têm os trechos Caminho do Zanzalá (16 quilômetros entre São Bernardo e Santo André) e o Caminho de Bento Ponteiro (27,5 quilômetros, entre Santo André e Mogi das Cruzes).




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