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Miriam Gimenes

Foto: Tiago Silva
Longevidade do ser humano exige que casas sejam adaptadas à idade avançada. Foto: Tiago Silva

As pessoas sempre buscam a longevidade. Seja com receitas mirabolantes de rejuvenescimento ou qualquer outro artifício que retarde o passar do tempo nas células e no corpo. Tudo é motivo para prolongar a estada na Terra. E o resultado começa a aparecer: segundo o IBGE, em 2050 a expectativa de vida do brasileiro será de 81,29 anos.  Embora muitos tenham esperado por isso, lidar com necessidades que a idade exige ainda é campo desconhecido.

E não estamos falando de saúde e alimentação, mas sim da casa, que exige adaptações para tornar a vida na terceira idade confortável. Especialistas dizem que os clientes relutam em projetar os ambientes pensando no futuro, mas a prática deverá ser cada vez mais implementada.

Pensando na casa do futuro, profissionais adiantam novidades. Entre elas está o uso da tecnologia em favor do proprietário: ao simples toque de um botão, por exemplo, será possível baixar a luz da sala, fechar a cortina e ligar o televisor, tudo ao mesmo tempo. “As pessoas com mais idade têm dificuldades em manusear elementos eletrônicos. Os projetos deverão contemplar as tarefas diárias”, adianta o arquiteto Carlos Rossi.

Rossi também destaca o botão de alerta, a ser colocado em pontos estratégicos – principalmente no quarto – no caso de pessoas que moram sozinhas. “Para ajudar na comodidade, também existem as poltronas que, acionadas por um botão, colocam a pessoa de pé.”

Pesquisadores da Universidade de Kobe Gakin, no Japão, apresentaram uma poltrona que flutua alguns centímetros do chão, feito permitido por uma almofada inflável presa na base. Ela cresce e gira, o que facilita a locomoção da pessoa que usá-la. Ainda não há previsão da entrada no mercado do móvel – que aguenta uma pessoa de até 146 quilos.


ADAPTAÇÕES ESTRUTURAIS

Não são apenas as ideias tecnológicas que devem ser colocadas em prática. Mudanças estruturais são importantes quando se tem por foco o conforto (e segurança) de quem  tem mais idade. Há dez anos a arquiteta Cybelle Barros criou o projeto Casa Segura, em parceria com um ortopedista. “Mesmo trabalhando há tempos nisso, ainda tenho dificuldade em convencer meus clientes da terceira idade a usar a estrutura adequada”, explica.

Essas adaptações compreendem, segundo Cybelle, medidas essenciais: aumento de espaços de corredores (de 80 cm para 90 cm) e portas (de 60 cm para 80 cm), piso antiderrapante (pedra e madeira), a retirada de tapetes, usar somente móveis com cantos arredondados e colocação de barras de ferro dentro do box do banheiro. Rossi também dá a dica: no caso de sobrados, existem elevadores de baixo custo. Nas casas em que não é possível a instalação deste equipamento, recomenda-se cadeiras montadas em cima da escada que sobem por meio de uma barra de ferro, usada por pessoas com necessidades especiais.




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