Simples e esperançoso. Assim como o protagonista de O Menino e o Mundo, o diretor da animação brasileira, Alê Abreu, recebeu ontem a imprensa no Espaço Itaú de Cinema, em São Paulo, para comentar a indicação ao Oscar 2016. Ao som de Emicida, que cantou Aos Olhos de Uma Criança, uma das músicas do filme – trilha que também tem participação do andreense Fernando Sardo (confira entrevista na edição de amanhã) –, ele se mostrou esperançoso para desbancar Divertida Mente, a qual julga favorita.
<EM>Tímido, Abreu contou em sua primeira entrevista coletiva no Brasil que o diferencial da animação é a mensagem universal do menino e, por isso, acredita nas chances de levar a melhor. “É filme que lida radicalmente com a angústia que todos têm. Para onde o mundo caminha e problemas como desemprego, por exemplo. É forte e universal, pois atinge todas as idades”, afirma. Ainda segundo ele, a animação nasceu de um documentário sobre a América Latina que, aos poucos, foi dando vida ao personagem.
Quando estava em cartaz no Brasil, em 2014, O Menino e o Mundo teve mais de 35 mil expectadores no Espaço Itaú de Cinema, além de 15 mil estudantes, número que não satisfaz Abreu. “As pessoas pediam a obra em outros cinemas pelas redes socias e o pedido não foi atendido. No Brasil é questão de prateleira. As pessoas vão onde é mais perto e assistem ao que está em cartaz”. Na França, a obra teve 120 mil expectadores em 90 salas diferentes.
O Menino e o Mundo vai voltar para os cinemas na quinta no próprio Espaço Itaú de Cinema. O desafioa é fazer com que o longa seja visto por mais pessoas. Abreu contou também que a indicação trouxe fôlego para que foque em sua próxima produção: Viajantes do Bosque Encantado. Trata-se da história de duas crianças, uma do Reino Sol e outra do Reino Lua, que ficam perdidas em lugar perigoso, porém mágico, remetendo à realidade de Israel e Palestina.
