Projota acredita na arte e não só na sua, mas nela como um todo. Crê também que as barreiras culturais são uma bobagem, tanto que faz questão de mostrar ao seu público todas as influências que o construíram e constroem como artista e pessoa. Além disso, carrega a bandeira de que todos devem ter as mesmas possibilidades.

E já que cada um faz o que está ao seu alcance, no caso dele, uma apresentação para todos. “Não só o rico, mas o pobre também poderá ver meu show. Todo mundo terá a mesma chance de assistir. Não tem um ingresso à venda”, diz o artista, a respeito do espetáculo que fará dia 13, em São Paulo, no Espaço das Américas (R. Tagipuru, 795. Tel.: 3864-5566), às 21h e que servirá como pano de fundo para a gravação de seu próximo DVD, que deve chegar às lojas ainda neste ano.

As inscrições, já encerradas, foram feitas no site do artista (www.projota.com.br/dvd). Cerca de dez mil pessoas participaram. O fã respondia a três perguntas de um questionário a respeito de Projota. Quem foi dizendo certo, já garantia um ingresso. Também foram selecionados por fã-clube e, em seguida, por ordem em que foram respondidas, ou seja, as primeiras pessoas que responderam correto ao questionário.

“Em 2011, fiz um show em Curitiba para gravar um DVD. Fiz tudo independente, não tinha grana para nada. Foi uma loucura. E a bilheteria acabou pagando, foram quase 5.000 pessoas. Desta vez não necessitamos da bilheteria. É como se eu desse meu cachê para o público”, diz ele, animado. No total serão 2.000 ingressos distribuídos. Projota conta que só no primeiro dia, 3.000 pessoas já haviam se inscrito.

Nascido na Zona Norte de São Paulo, o rapper adianta que, além de gravar o evento, será oportunidade para mostrar ao público quatro músicas inéditas. Uma delas, Faz Parte, é parceria com Anitta. “É uma canção que acredito muito. Fala sobre saudade. É a continuação de Cobertor (outra faixa gravada em parceria com a cantora)”, revela. A outra canção se chama Ela Só Quer Paz, que será seu novo single e que deve ser lançado em breve. “Não fico anunciando muito quando vou lançar algo. Prefiro soltar a música e ela corre sozinha.”

As outras duas são faixas de mensagem, como ele gosta de chamar. Uma, Moleque de Vila, conta do trajeto de Projota e de como chegou onde está hoje. “A outra não tem nome ainda”, conta ele. “A música é política. Fala sobre as coisas que estão acontecendo no Brasil, desde o episódio na cidade de Mariana (Minas Gerais) até o machismo. Essa vai fazer barulho”, conta.

Projota diz saber da importância de passar mensagem ao seu público, formado principalmente por jovens. “Acho que o rap faz refletir. Não tem como perder isso. Tem gente que não ouve rap e escuta Projota. E eu acabo sendo porta de entrada para essas pessoas conhecerem o hip hop de alguma forma”, revela ele, que cresceu ouvindo rock e samba e faz questão de dizer aos seus fãs da importância de conhecerem um pouco de tudo. “Essas influências são nítidas no meu rap. Tem guitarra pesada e tem coisas de Legião Urbana.”

Com setlist montado e afinado para o show, Projota diz que uma das maiores felicidades é o fato de poder se apresentar com banda. “Quando peguei as músicas que lancei em 2009 e fizemos com banda foi demais. Assim a música tem mais vida.”