Samba com carinho

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Vinícius Castelli

A voz de Ana Costa há tempos navega pelos mares do samba. Dona de discografia que é ilustrada por três álbuns de estúdio, a carioca agora resolveu dar passo diferente na carreira. Ela apresenta seu primeiro título gravado ao vivo e vai além: presta homenagem a seu padrinho musical, Martinho da Vila.
 
Seu novo trabalho, Pelos Caminhos do Som – Uma Homenagem a Martinho da Vila, que chega em CD e DVD (Biscoito Fino/Canal Brasil, R$ 19,90 e R$ 29,90, em média), é resultado do show feito no Imperator – Centro Cultural João Nogueira, no Rio de Janeiro, em março de 2015.
 
Quando pensava no novo show, Ana Costa não queria que fosse com canções de seu terceiro disco. Daí veio a ideia de homenagear algum artista e, segundo ela, “não pensei duas vezes, tinha que ser Martinho da Vila.”
A partir daí, a cantora decidiu fazer recorte da obra lusófona de Martinho. Segundo ela, escolher as músicas não foi tarefa complicada, difícil mesmo foi montar o caminho, a estética musical para o show. Entre as releituras preparadas por Ana estão Fazendo as Malas, Semba dos Ancestrais, Filosofia de Vida, Odilê, Odilá e Traço de União, além de clássicos como Canta Canta, Minha Gente.
 
A amizade de Ana com Martinho já é antiga. Se conheceram em 1994, quando ele idealizou e produziu um disco de grupo de jovens instrumentistas e cantores. Desse conjunto faziam parte seus dois filhos, Tunico e Analimar, Ana e mais três pessoas. “Nossa relação se estreitou anos depois no saudoso Butiquim do Martinho, um bar que ele montou e que fez muito sucesso. Martinho da Vila acabou dando rumo à minha carreira, me influenciou totalmente”, conta.
 
Intimista, bem cuidada e rica nos arranjos sonoros, a apresentação de Ana, que conta com cenário assinado por Iza Valente, soa viva, vibrante, orgânica e verdadeira. Talvez resultado da pureza da proposta. Tanto que nem ensaio para o espetáculo houve. “Tocamos muito nos bares e isso acabou ajudando a formatarmos o show e buscarmos uma sonoridade. Fizemos uma quantidade razoável de ensaios, mas a garotada que toca comigo é muito comprometida”, explica Ana
.
Para a apresentação ela conta com participações especiais de Agrião, Alceu Maia, Dirceu Leite, Marcelinho Moreira, Mart’nália, Meninas da Serrinha e Zélia Duncan, todos parceiros de outros tempos. “Nunca chamaria para participar do meu primeiro DVD um artista que não tivesse sintonia, carinho e amor. Todos são meus amigos de longa data”, diz.
 

Disco ao vivo, mas com as canções de seus discos, ela ainda não pensa em fazer, mas assume que gostou muito do som do ‘ao vivo’. “Acho que é mais quente, pega o cantor com sua emoção à flor da pele. Tudo ajuda: a luz, o cenário. Existe um clima para se cantar melhor. Discos em estúdio são mais frios. Inclusive para quem toca. Gostei mesmo. Quem sabe não pinta aí uma coleção de ‘ao vivos’?”, encerra 




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