Diversão e reflexão em tirinhas

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Luís Felipe Soares

As aventuras sem limites de um garotinho de seis anos e seu tigre de pelúcia que ganha vida são capazes de reunir fãs de diferentes gerações. Nesta temporada, as tirinhas de Calvin & Haroldo celebraram 30 anos de sua criação (em 18 de novembro) e continuam a fazer com que os leitores entrem em estado de espírito que mescla diversão e reflexão. Esse é o sentimento que toma conta de quem coloca as mãos em O Livro dos Domingos de Preguiça de Calvin e Haroldo (Conrad, 128 páginas, R$ 39, em média), mais recente coletânea da obra de Bill Waterson.
 
Trata-se de reunião de trabalhos de folhas inteiras que o cartunista norte-americano produzia para jornais nos fins de semana. “Cada uma era como um pôster colorido. Então, não era surpresa que, com todo aquele espaço para preencher, os quadrinistas produzissem trabalhos belíssimos”, diz o autor na última página.<EM>
 
Como não poderia ser diferente, as histórias abusam da imaginação dos protagonistas para tratar de temas como medo (como o de monstros que moram debaixo da cama), competitividade (jogar futebol americano com um tigre não é nada fácil), paciência (pela espera da comida) e sabedoria (ao aprender sobre a beleza do outono). As páginas estão recheadas das viagens intergalácticas de Calvin em meio a conversas com os pais, lutas contra alimentos saudáveis nas refeições e malucas opções para se divertir com a neve, todas com histórias mais compridas do que o convencional.
 
“É o que sobrou de mais atemporal entre as tiras. Calvin lida com um universo infantil que o Waterson bolava de maneira especial. Ele te chama mesmo para a brincadeira do garoto e seu amigo imaginário e isso traz muitas lembranças”, explica Sérgio Lemos, o Seri, ilustrador do Diário e que trabalha com tiras diárias desde 1992. 

Hoje, completa-se 20 anos desde a publicação do último quadrinho. Nunca houve um verdadeiro fim ou destino para os personagens e as coleções servem para reencontrar esses velhos amigos. Segundo Seri, “a gente sempre espera algo novo, mas corremos o risco de nos decepcionarmos. Acho que parou no momento exato, sem mais nem menos. A essência do artista é a liberdade”. Calvin, Haroldo e Waterson continuam livres para cativar. 




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