Suingue, funk e muito groove

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Vinícius Castelli <br> Do Diário do Grande ABC

Suingue e groove não faltam, assim como aquela pegada funkeada dos anos 1970, que ficou conhecida principalmente nos Estados Unidos. Estes temperos estão reunidos, e muito bem, diga-se de passagem, em A Nave Mãe Segue Viagem (R$ 20, em média), novo disco do conjunto Funk Como Le Gusta, que volta a lançar trabalho de inéditas após quatro anos.

Aos 17 anos de vida, a bigband, formada por dez músicos, apresenta álbum recheado por nove composições, resultado de dez meses de trabalho. Emersom Magá, guitarrista da banda, conta que as composições foram sendo criadas enquanto o grupo divulgava o trabalho anterior, A Cura pelo Som. “(Foi composto) Em ensaios e passagens de som. Mantivemos o foco em tocar por aí e não registramos nada nesses tempos. Seguimos a natureza das coisas, sem rótulos ou obrigações”, explica.

A Nave Mão Segue Viagem é ousado e abre o leque de canções com a pesada e instrumental Autocarro Veloz e já apresenta rico arranjo de metais, como não poderia faltar, trabalho que fica por conta de instrumentos como saxofone, trompete e trombone.

As canções que têm voz – quatro delas – são permeadas por letras positivas, como Wati Wati, que passa a mensagem para não deixar entrar tristeza no peito, até mesmo em momentos mais difíceis. “Todo letrista coloca seu mundo, suas experiências, porém nunca se sabe ao certo quanta fantasia tem em cada letra”, brinca o guitarrista. Criado em coletivo, A Nave Mão Segue Viagem contém pitadas de James Brown. Faixas como Você Verá remetem ao clima dos discos Racional Vol.1 e Vol.2, de Tim Maia.

Com clima de álbum ao vivo e gravado de forma mais orgânica do que digital, o trabalho, que foi feito em coletivo, com a mão de toda a banda, ganha vida de forma independente, algo que, aliás, o grupo acha ótimo. “Fazemos o que queremos e no tempo que nos convir. Somos donos de nosso curso e de nossa (fita) master”, explica Magá.

Há momentos em que é impossível deixar o pé parado, como em Pappa Girl. Já em faixas como Motown Song, as referências à música lançada pela antiga gravadora norte-americana Motown podem ser apreciadas. Jazz e beat não ficam de fora. “Somos um grupo e temos várias escolas dentro dele. As inspirações são nossas vivências e a música do mundo. Tudo nasce como deve ser”, encerra o artista.
 




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