Gilmour finalmente no Brasil

Envie para um(a) amigo(a) Imprimir Comentar A- A A+

Compartilhe:

Leonardo Santos

Com 52 anos de carreira e 69 anos de idade, o lendário guitarrista e cantor David Gilmour, ex-Pink Floyd, se apresentará pela primeira vez no Brasil com a turnê do novo álbum Rattle That Lock, lançado em setembro. O britânico leva seu espetáculo para os paulistas hoje, às 22h, e amanhã, às 21h, no Allianz Parque (Av. Francisco Matarazzo, 1.705). Os bilhetes custam de R$ 200 a R$ 1.200 (www.ingressorapido.com.br).
 
Bem-humorado e atencioso, Gilmour compareceu ontem no Allianz Parque para coletiva de imprensa ao lado da mulher e compositora, Polly Samson, do guitarrista Phil Manzanera e do jovem saxofonista João de Macedo Mello, curitibano de 20 anos que ingressou na banda. “Tínhamos um amigo em comum que nos apresentou e estávamos precisando de um saxofonista. É como se fosse mágica”, declarou o artista, que falou sobre sua primeira chegada ao País. “Tivemos muitas complicações nas viagens durante um tempo que impediam essa vinda. É ótimo estar aqui.”
 
Gilmour falou sobre a produção do novo disco, que contou com ajuda de Polly nas composições. “Estar com essa mulher na vida e no trabalho é uma honra. Ela é incrível”, comenta o músico. Polly ainda declara: “Eu conheço muito bem a voz dele e quando ele começa a cantar simplesmente acontece. É ótimo.”
 
Para o show os fãs podem esperar repertório recheado de clássicos do Pink Floyd na voz de Gilmour, como Money, Wish You Were Here e Comfortably Numb, além de faixas de sua carreira solo. “Existem músicas de todas as eras, desde 1968 (ano em que ele entrou no Pink Floyd), e é bem difícil agradar a todos”, salientou Gilmour, que foi sincero quando questionado sobre a falta de canções dos primeiros discos do Floyd em seus shows. “Pelo simples fato de não serem relevantes para o momento. Desculpem se deixei de tocar alguma favorita de vocês.”
 
A revista Rolling Stone o elegeu como um dos maiores guitarristas de todos os tempos, mas ele confessa não ter noção de sua importância para os diversos músicos que influenciou. “Eu apenas toco, não sei como afetar pessoas”, disse Gilmour, que citou Jimi Hendrix como um de seus ídolos.
 
Quando perguntando sobre possível nova geração de rock que se iguale às dos anos 1960, Gilmour disse que não sabe, “não sou profeta”, brincou. “É algo que devemos esperar que aconteça, não que possa ser previsto”.
 

O músico também lembrou o episódio de 2005, em que o Pink Floyd fez uma reunião para o festival beneficente Live 8 e comentou sobre a conturbada relação com Roger Waters, um dos fundadores do grupo. “Mesmo com o show ótimo, o clima nos ensaios era tenso. Nós tínhamos aquele histórico doloroso de brigas. Roger teve de aceitar que era apenas um convidado. E nessa altura da vida não quero repetir essa tensão e interesses comerciais.” 




Diário do Grande ABC. Copyright © 1991- 2024. Todos os direitos reservados