Fomento cultural e itinerante

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Vinícius Castelli

 Muito mais do que mostrar repertório é fomentar a cultura. E isso é algo que a Orquestra Sinfônica de Santo André (Ossa) faz. E muito bem. Como forma de mostrar que a música erudita pode ser desmitificada, ela saiu mais uma vez do teatro e foi ao Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, para apresentação que faz parte do programa Conversando Sobre Música.

Gratuito, o concerto reuniu cerca de 50 pessoas que puderam apreciar repertório de cordas com peças de compositores como do mineiro Edmundo Villani-Côrtes. Sob a batuta da regente assistente Natália Larangeira, o conjunto – que na ocasião estava formado por uma orquestra de câmera com cerca de 30 instrumentistas –, ainda mostrou ao público peças de Francisco Mignone e Heitor Villa-Lobos.

“A ideia é descentralizar os concertos e levá-los para essas pessoas.Temos série itinerante em que vamos às igrejas e explicamos o que eles vão escutar”, afirma Natália. Ela conta que na semana passada a Ossa fez concerto para jovens de uma escola e a interação foi imediata.

E ontem não foi diferente. Olhares curiosos e apaixonados de quem nunca tinha visto e escutado uma orquestra ao vivo se destacaram no evento. Miriam França estava lá e se emocionou. “É muito lindo, maravilhoso. Como não vi algo assim antes?”, perguntou ela, que acredita ser ótima a iniciativa de a orquestra circular e mostrar que a cultura erudita, de concertos, é acessível e feita para o povo. “Costumo dizer que a gente só gosta do que conhece, então, está na hora de sabermos um pouco mais, de conhecermos o trabalho das orquestras”, disse a regente.

Técnica em enfermagem, Larissa da Silva deu uma escapadinha do trabalho no hospital para espiar a orquestra, também pela primeira vez. “Quase chorei, é muito bonito, mais do que esperava. E sensacional ter isso num hospital.” Entre uma peça e outra houve espaço para conversa entre músicos e os observadores. Surgiram até perguntas para saber se a forma como os artistas se colocam no palco é proposital.

Natália explicou a respeito dos instrumentos, falou de afinação, da batuta, do papel do maestro e até ensinou um pouco o público a reger. Clair Maria Del Frate de Paulo foi convidada a treinar o que aprendeu e, ao lado da regente assistente, assumiu a batuta por alguns instantes. “Foi emocionante. Essa orquestra é linda.”

A Ossa volta a se apresentar domingo, às 20h, gratuitamente, no Natal da Acisa, em palco montado ao lado do Fórum, no Paço Municipal de Santo André. Junto do maestro Abel Rocha os músicos apresentarão temas como Tritsch Tratsch, de Johann Strauss, e Valsa das Flores de O Quebra-Nozes, de Tchaikovsky.




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