Após quase dois anos sem vir ao Brasil – a última vez foi em 2014 no Lollapalooza – os fãs não podiam mais esperar para rever os britânicos do Muse. A banda se apresentou no sábado no Allianz Parque, em São Paulo, e, apesar do estádio não ter tido lotação máxima, deu conta do recado. Quem esteve no Lolla lembra do quanto a voz de Matthew Bellamy estava ruim. Desta vez, porém, o vocalista abusou dos agudos e gritos, deixando claro que está de volta.

O estudante Diogo Lugarini, 21 anos, veio de Curitiba para ver os ídolos de perto. “Sou fã há uns oito anos, mas não os tinha visto até então”, conta ao Diário. Outro curitibano que fez questão de ver o Muse foi Maurício Cardenas, 38. “Comprei o ingresso em maio.” Antes da performance principal, os brasileiros da Maglore abriram os trabalhos com Dança Diferente, Tudo o Que Diz Adeus e O Sol Chegou, do recente CD III.

O Muse entrou no palco com tudo, apresentando Psycho, single do novo disco. A cada música, Bellamy trocou de guitarra e foi do rock ao eletrônico, mesclando sucessos e novidades. O momento inesquecível da noite foi o cântico de Madness em uníssono e várias luzes iluminando o estádio.

A alegria chegou ao ápice quando, após hits como Interlude, Resistance eTime Is Running Out, o trio tocou Mercy assistindo à chuva de papel picado e fitas que caia na plateia, além de grandes balões negros que sobrevoaram os presentes e que, ao estourar, soltavam mais chuva de papel. Os efeitos inesperados fecharam com chave de ouro a apresentação que – apesar de ter ingressos caros – entra no hall das ‘inesquecíveis’.

NOVO CD
Certa parte do repertório apresentado na Capital é do novo CD, Drones (Warner Music, R$ 29,90, em média). Trata-se de álbum mais sombrio do que os anteriores, com letras que refletem a maneira como governos exercem seu poder e tratam a sociedade. As músicas chocam e conscientizam o público. Além, claro, de a guitarra ter mais relevância do que as batidas eletrônicas de The Second Law, álbum anterior.