Está quase pronto

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Vinícius Castelli

 A caminhada não é fácil, mas com fé e muita força de vontade se chega lá. É assim que o que era uma ideia, ganhou proporção, virou algo maior e agora está se tornando realidade. É o Museu Sagrada Família Catequese e Arte que, aos poucos, ganha cada vez mais vida em São Caetano. O museu tem espaço garantido colado da Matriz Sagrada Família, na Praça Cardeal Arcoverde, e promoverá, além de muita novidade, rico passeio pela história da catedral e de sua construção. A ideia nasceu do coração e mente do padre Jordélio Siles Ledo, que já soma sete anos no local.

A vontade de ter um museu surgiu há seis anos, com a “ideia da preservação histórica e artística”, diz o padre Ledo. “Queremos trabalhar o conceito de museu, de fé. Não é nossa intenção ter apenas um prédio.” Sem recursos e apenas com um sonho, ele buscou forças junto à comunidade para dar os primeiros passos e, assim, segue até hoje. As obras somam três anos. O local arejado, ainda que inacabado, esboça beleza desde já, com muito uso de luz natural. Além de dar espaço ao universo artístico, cria-se o diálogo entre fé e educação com o intuito de promover mergulho na formação catequética.

Padre Ledo quer inaugurar o museu no primeiro semestre de 2016, mas para esse plano todo alcançar a luz, são necessários mais alguns passos, embora as obras já estejam bem adiantadas. Segundo ele, o valor de R$ 300 mil seria suficiente para terminar o básico dos trabalhos. E, caso alguém queira contribuir, faltam ar-condicionado, iluminação, pintura e parte da mobília.

A igreja também tem feito ações para arrecadar fundos e seguir com as obras. De hoje até sexta, barracas de comida na frente da igreja servirão de apoio para levantar dinheiro. Em dezembro, haverá ceia de Natal no local onde será o museu. Os ingressos para o jantar custarão R$ 150. Há também envelopes em que as pessoas podem colocar R$ 200. E se o interessado quiser é possível ‘adotar’ um espaço e cuidar dele financeiramente. Toda ajuda é bem-vinda e é possível saber como contribuir no telefone 4224-2587.

O TOUR
Logo no início do passeio, a sala Capela, que ilustrará o anúncio da vida de Jesus Cristo, dará as boas-vindas. “É a ideia de um túmulo vazio que remete a paixão, morte e ressurreição. Tivemos como inspiração arquitetônica o vão do Masp (Museu de Arte de São Paulo)”, explica o padre, que está em fase de conclusão de pós em História da Arte, em São Paulo. As famílias que têm ajudado no projeto terão seus nomes lembrados nesses espaços.

Um mezanino também foi erguido e servirá de ‘lar’ para exposições. O local contará com obra de oito metros de altura do artista Cláudio Pastro. Há também outro piso, ainda maior, que também receberá obras de arte. O espaço todo do museu soma 2.000 metros de área. E vale citar: tudo pensado para o cadeirante, com rampas de acesso e elevador.

Artistas da região, claro, terão vez. “Podemos fazer exposições fotográficas, de pintura e de literatura. Não será apenas para o Barroco”, explica o padre, que adianta que uma das primeiras exposições deve ser sobre o rosto de Jesus. “Estamos discutindo com colegas artistas”. O museu estará aberto para receber exposições de outros espaços e firmar parcerias.

Além da arte que será mostrada e dos ensinamentos religiosos – haverá até biblioteca no local – o visitante poderá saber da construção da igreja, inaugurada em 1937. Os tijolos originais podem ser observados de perto, assim como diversas outras curiosidades, como o local onde os padres dormiam e até onde ficava a chaminé usada por eles.

O passeio vai beirando a igreja por fora, começando de um lado, passando por trás de sua cúpula, até a outra ponta. Quem estiver dentro da matriz poderá ver o museu e vice-versa. No fim do tour, o momento que ninguém imagina e uma visão deslumbrante que não dá para contar. Terá de ser vista com os próprios olhos.




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