De atleta para artista

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Rodrigo Mozelli

 Ato um: a infância e a juventude como ginasta. Ato dois: a vida adulta e a transição do esporte para o circo. Que abram-se as cortinas, pois o espetáculo já vai começar. Natural de Guarulhos, mas treinado em São Caetano, Paulo de Souza, 30 anos, integra, desde 2008, o Cirque Du Soleil, considerado referência no mundo.

O ex-atleta e atual artista aproveitou as férias para voltar ao Grande ABC e fazer visitas. Ele também conversou com o Diário, na academia CrossFit São Caetano, de seu colega da época de ginástica, Henrique Zola. “Vim para ver minha família e amigos, mas logo volto para Montreal, no Canadá, para me preparar”, adianta.
Nascido na capoeira, da qual seu pai é mestre, Souza participou na modalidade, aos 9 anos, da Olimpíada Colegial. Foi quando professora o encaminhou para a ginástica e as coisas começaram a mudar. “Me destaquei na disputa, o que fez minha professora aconselhar meus pais a me incentivarem”, conta.

E assim foi feito. Dona Francisca e Seu Paulo o matricularam na ginástica infantil. Um ano depois, Souza conheceu o técnico Marcos Goto, que também treina o campeão olímpico Arthur Zanetti. A parceria durou sete anos, sendo que ‘Marquinhos’ o levou para São Caetano quando ele tinha 16. Lá, disputou os Jogos Abertos, passou por diversos clubes e até pela Seleção Brasileira. Foi nesse meio-tempo que conheceu o Cirque Du Soleil. "Tinha amigos ginastas que entraram para o circo e estavam em temporada em Las Vegas. As coisas que eles me contavam de lá me conquistaram”, diz.

Um deles disse que o Cirque buscava com urgência alguém com o perfil de Souza. Assim, ele enviou vídeo. Em abril de 2007, no auge da forma e próximo aos Jogos Pan-Americanos, o atleta recebeu convite para integrar o time do circo, mas acabou recusando para poder disputar a competição. “Achei que não teria mais chance nenhuma, mas no início de 2008 eles voltaram a me convidar.” Desta vez, Souza agarrou a oportunidade. Após aulas de dança e circo em Montreal (Canadá), cidade-sede do Cirque Du Soleil, o ex-ginasta estreou em temporada no Japão.

“A transição para o circo foi difícil, pois não tinha experiência nisto. Idem quando fui ao Japão, já que tive que me adaptar à cultura, à comida local etc. (Estar no Cirque) Tem sido universidade e algo incrível para mim, pois convivo com pessoas de diversas partes do mundo”, afirma. Ele está tão bem lá que até seu irmão mais novo, João Paulo Querino de Souza, 25, também ingressou na companhia. “Para meus pais, o que está acontecendo com a gente é algo brilhante”, orgulha-se.




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