Sacilotto e seu brilhante legado

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Vinícius Castelli

Entre os tesouros mais andreenses que Santo André possui está Luiz Sacilotto. Artista plástico, cuja obra é reconhecida internacionalmente, o filho de imigrantes italianos nos deixou no dia 9 de fevereiro de 2003, aos 78 anos. Sacilotto criou e viveu arte por mais de seis décadas. Seu legado e inspiração, resultados de uma vida entre tintas, telas e diversos outros materiais, seguem vivos. Deixou cerca de 1.500 peças, entre telas, esboços, desenhos, esculturas e outros trabalhos.

Além de ter obras na Espanha e Estados Unidos, Sacilotto é responsável por deixar também Santo André mais bonita. Suas peças estão espalhadas em alguns pontos da cidade para serem vistas pela população. O Diário saiu às ruas para mapear as peças do artista e saber em que estado se encontram. Para quem quiser descobrir um pouco mais de Sacilotto, o passeio pode começar pelo Centro de Santo André.

Perto da igreja do Carmo, na Rua Coronel Oliveira Lima – que tem parte de seu calçamento assinado pelo artista – há a obra Concreção 005. Inaugurada em 2000, tem quatro metros de altura, feita em aço carbono pintado nas cores vermelho e amarelo. É a única das obras visitadas com dano em seu conjunto. A placa, com nome do autor e informações do trabalho foi chutada por um passante, segundo a Prefeitura, que a retirou para ser arrumada. O objeto retornará ainda nesta semana.

Não longe dali, a Casa do Olhar Luiz Sacilotto, que tem entrada gratuita, guarda belos tesouros deixados pelo andreense. Além da escultura Concreção 9877, que fica no Jardim de Esculturas, uma sala é ilustrada por cinco gravuras que brincam com cores, luzes e sombras.

Outra obra que merece destaque é Concreção 0011, enorme escultura situada em frente ao Parque Central. Linhas retas se misturam com círculos nas cores vermelho e azul. Construída em aço carbono, o objeto tem oito metros de altura e pesa nada menos que dez toneladas e se encontra em bom estado de conservação.

Outro lugar – com entrada grátis – que tem as mãos de Sacilotto é o Sesc Santo André. Um grande painel – de 2002 – de três lados pintado na parede do elevador da unidade é quem dá as boas-vindas aos visitantes. “É uma das minhas criações mais importantes. Fica num recinto que será propriedade do povo e que receberá a todos. É uma obra para ser vista”, disse o artista ao Diário à época.

Na Pinacoteca, Sacilotto enriquece o espaço com tons de vermelho, azul, verde e amarelo em seis telas no mesmo corredor. Entre os títulos expostos, todos criados nos anos 1990, está o C-9662, feito em tinta acrílica sobre tela. Para Valter Sacilotto, filho do artista e responsável pelo seu legado, é muito importante que a cidade exponha suas obras nas ruas. “É oportunidade de a população se aproximar da arte”, reflete.

A Sabina Escola Parque do Conhecimento também é vitrine do artista. Com entradas que custam de R$ 5 a R$ 20, o visitante pode apreciar as opções do espaço e ainda se debruçar em partes do trabalho de Sacilotto que tomam conta do corredor principal. Concreção 0253, de 2002, foi feita em vinil sobre tela vinílica e toma conta de toda uma parede. Além dela, duas esculturas em aço policromado, cujo projeto é de 1997, também estão lá.

Na UFABC (Universidade Federal do ABC) uma obra de arte na cor vermelha rouba o olhar de quem quer que passe no Bloco B. Por fim, Concreção 9980 está exposta em parede no Espaço para Gestantes do Hospital Brasil. 




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