Paisagismo e vida

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Marilia Montich

 Um arranjo de flores ou um vaso bem posicionado é capaz de dar um toque todo especial a qualquer casa. O paisagismo alegra e traz harmonia tanto a ambientes internos como externos, porém, para obter bons resultados é bom tomar alguns cuidados básicos.

 
A primeira recomendação é ficar atento ao tipo de planta que se pretende utilizar. Para isso, é essencial que seja estabelecido contato com um profissional, seja ele paisagista ou jardineiro. “Há plantas específicas para cada área. Aquela que precisa de mais sol vai morrer em um ambiente escuro, por exemplo. Deve-se observar quais tipos são de sombra e quais são de sol”, explica o arquiteto Marcos Biarari.
 
O período de rega deve ser respeitado, tendo em vista que há espécies que precisam de mais ou menos água. “Planta requer cuidado, o que não significa jogar água o tempo todo. Se informe quantas vezes é preciso aguar e qual a quantidade certa”, afirma André Ribeiro, professor do curso de Arquitetura da Fundação Santo André.
 
 
Os especialistas destacam ainda a importância de repor as vitaminas para que a terra continue produzindo o alimento para aquele vegetal. Adubos comercializados em pequenos sacos já resolvem. Também nesse caso é fundamental se informar sobre qual o produto mais indicado antes de comprá-lo. Cada tipo de planta e cada situação pela qual ela passa demandam determinada substância.
 
No caso de inexperiência, o aconselhável é nunca mexer próximo à raiz. “Eventualmente há necessidade de se colocar mais terra por cima. Apenas um técnico deve cavocar perto da raiz”, alerta Ribeiro.
 
Mais pedidas ­– Plantas de baixa manutenção costumam ser campeãs de pedidos para áreas internas. Entre elas estão as suculentas e cactos, além das palmeiras ráfias ou fênix.
 
No caso de áreas externas, a tendência é que o desenvolvimento se dê de forma mais satisfatória, pois a planta está direto no solo e a raiz tem mais espaço para crescer. Hibisco e primavera são boas opções, pois dão flores o ano todo. Gerânio, lírios e trepadeiras, como hera, lágrima de cristo e falsa vinha, também são boas alternativas.
 
Ainda em se tratando das áreas externas, é fundamental lembrar que a rega costuma ser mais intensa, uma vez que, como não há recipiente que segure, toda a água acaba indo embora. “Talvez se precise regar de forma diferente a mesma planta que estaria em vaso, mas se encontra no chão”, diz Ribeiro. Cuidados com luz, vento e qualidade da terra são essenciais, completa o docente.
 
Beleza 365 dias ao ano – Toda planta necessita de uma certa quantidade de sol para que possa realizar a fotossíntese e, assim, sobreviver. Por isso, por mais que uma espécie não precise de uma grande quantidade de luz, ainda sim ela é essencial em algum momento para garantir sua durabilidade.
 
Tendo essa premissa em vista, o professor da Fundação Santo André aconselha que o proprietário faça um rodízio entre plantas de ambientes internos e externos para que todas possam se beneficiar da luminosidade. “Na sala, de um modo geral, a planta vai sofrer por estar na sombra. Procure um lugar arejado e com luz, como perto da janela. Mas se ela for ficar totalmente sem sol, coloque-a algumas semanas para fora e depois retorne.”
 
Importante destacar que cada planta demanda um período diferente de rodízio. “Observe o comportamento da folha. Se ela começar a descolorir ou ficar amarelada talvez seja falta de luz, pois sua ausência faz com que a coloração mude.”
 
Outra dica é sempre mesclar espécies típicas de diferentes estações, a fim de garantir flor o ano inteiro. “Pegue uma espécie que floresça no inverno e outra no verão. Dessa forma, sempre haverá plantas bonitas na casa, tanto no frio como no calor”, afirma Biarari.
 
Espaços pequenos também possibilitam bons projetos
Nem todo mundo tem a chance de montar um jardim no quintal de casa. Pelo contrário. Hoje a opção de moradia mais comum é apartamento, cuja metragem vem ficando cada vez menor. Espaços pequenos, porém, não são impedimento para que se faça um belo trabalho de paisagismo.“Ele é possível em todo o local, utilizando vasos menores e plantas pequenas. As suculentas e cactos sempre são uma ótima saída”, afirma Biarari.
 
Uma opção moderna e viável costuma ser a parede vegetal. “Pode-se fazer uma combinação de quadro, fibra de coco e plantas em uma varanda, já com um sistema de irrigação. Nesse caso, abre-se uma torneira e a água irriga as plantas de maneira mais prática, sem molhar o que tem em volta”, diz Ribeiro, que frisa ainda a necessidade de redobrar a atenção na manutenção nesse caso. “Como a planta está em região aérea, deve-se tomar cuidado com a raiz, senão ela seca rápido demais. A escolha deve ser por recipientes que mantenham a água por mais tempo.”
 
Opção de recipientes, aliás, é o que não falta. Vasos vietnamitas – vitrificados, com pintura de porcelana – estão em alta e deixam o ambiente charmoso. “Muita gente gosta de vasos de barro, mas esta é uma substância porosa, então vai transpirar. A partir disso, começa a se formar uma camada branca que vai impregnando de musgo, dando uma aparência de velho. Se você não gostar desses aspecto, não parta para os vasos de barros”, orienta Biarari. A opção de impermeabilização interna existe, ressalta o arquiteto, porém não é a mais indicada, uma vez que a química utilizada no processo pode afetar a planta. “Uma solução então seria limpar o vaso com água sanitária e água.”
 
Cada planta tem uma condição melhor de armazenamento, o que também deve ser estudado previamente. Algumas exigem composições de terra específicas, em camadas. “Pode-se dizer também que vasos de plástico preto do lado de fora absorvem mais temperatura, aquecem mais e têm interferência direta na evaporação, o que pode ‘cozinhar’ a raiz. Já vasos claros refletem mais a luz e não esquentam tanto”, diz Ribeiro.
 
 
Tudo tem um preço – Estipular um custo de paisagis


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